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Saúde prevê 80,1 milhões de doses até abril, mas inclui empresas sem acordo

Secretário-executivo da Saúde acredita que em março situação da pandemia vai ficar mais confortável com chegada de vacinas - Matt Turner/iStock
Secretário-executivo da Saúde acredita que em março situação da pandemia vai ficar mais confortável com chegada de vacinas Imagem: Matt Turner/iStock

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 13h35Atualizada em 04/03/2021 15h33

O Ministério da Saúde prometeu que irá adquirir cerca de 80,1 milhões de doses da vacina contra a covid-19 até abril deste ano. A informação foi dada hoje pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, durante uma entrevista ao programa Opinião no Ar, da Rede TV!. No entanto, os números repassados por Franco incluem doses vindas de empresas que ainda não têm acordo com o país.

Ele afirmou que a previsão envolve 39,1 milhões de doses da CoronaVac, 30 milhões de doses da AstraZeneca, 3 milhões do consórcio Covax Facility e 8 milhões da Covaxin, sendo que este imunizante não tem ainda a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e nem um acordo firmado com o país, condições exigidas pelo próprio ministério para distribuição das vacinas.

"O Butantan tem a previsão de nos fornecer em março 23,3 milhões de doses e em abril 15,8 milhões. Dessa forma, acreditamos que em março começaremos a ficar em uma situação bem mais confortável, porque estaremos recebendo a AstraZeneca pelo Covax Facility, vindas da Coreia do Sul, sendo um total de 3 milhões de doses em março e entre abril e maio, mais 7 mi da Covax, daquele primeiro lote das 42,5 milhões de doses que nós aderimos pelo mecanismo", detalhou o secretário-executivo.

Franco explicou que a pasta aguarda 30 milhões de doses pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) até abril, após enfrentar "alguns gargalos" com o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) vindo da China. O secretário-executivo também comemorou o resultado preliminar de estudos clínicos que apontam uma eficácia de 81% da vacina indiana Covaxin, desenvolvida pela Bharat Biotech, mas com quem o Brasil ainda não tem acordo.

"Hoje estão agendados com a Anvisa para solicitar o uso emergencial. Espero que isso ocorra em um curto prazo, porque ela [Covaxin] é uma das vacinas que vai nos oferecer no mês de março 8 milhões de doses." O Ministério da Saúde já tem contrato assinado para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin. O investimento foi de R$ 1,614 bilhão.

Ao ser questionado sobre a eficácia das vacinas adquiridas pelo país contra as novas cepas, Franco afirmou que o Ministério da Saúde tem feito pedidos de sequenciamentos genômicos para obter respostas.

"Isso é uma pergunta que está em todo o mundo. Temos três [cepas] que estão se destacando: a do Reino Unido, Brasil e África do Sul. Temos procurado dentro do sequenciamento genômico a eficácia." De acordo com o secretário-executivo, amostras da covid-19 estão sendo enviadas para a Universidade de Oxford analisar.

Intenção de comprar 138 milhões de doses da Pfizer e Janssen

O governo federal oficializou na noite desta quarta-feira (3) a intenção de comprar 138 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 produzidas pela Pfizer e pela Janssen. O documento foi publicado no Diário Oficial da União e previu a dispensa de licitação para a compra, o que significa que a negociação pode ser realizada diretamente com as farmacêuticas.

O planejamento inclui a compra de mais de 100 milhões de doses da Pfizer e outras 38 milhões de doses da Janssen. A informação foi reforçada pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, durante a entrevista para a Rede TV!.

"A Pfizer nos ofereceu, nesse momento, um escalonamento de 100 milhões de doses, começando com uma quantidade um pouco menor, a partir de maio, e vai se alongando com maiores lotes de entrega ao longo do ano. A Janssen com proporção de 38 milhões de doses, cerca de metade no terceiro trimestre, e outra metade no quarto trimestre", esclareceu.