Rio tem alta de doenças respiratórias, e Fiocruz recomenda mais restrições
A alta nos novos casos semanais de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na capital fluminense identificada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) acendeu o sinal de alerta no combate à pandemia no Rio de Janeiro.
Em meio a esse cenário, o pesquisador em saúde pública da Fiocruz e coordenador do boletim InfoGripe, Marcelo Gomes, defende a adoção imediata de novas medidas de restrições para impedir uma possível superlotação em hospitais do estado nos próximos dias.
Ele explica que a alta nos casos de SRAG, com sinais e sintomas compatíveis com a covid-19, é um indicador de um possível aumento de internações, podendo levar a saúde pública no Rio ao colapso em decorrência da falta de vagas.
Infelizmente, já há indícios de retomada de um crescimento. Se nada for feito rapidamente, os casos vão continuar subindo e o Rio pode enfrentar os mesmos problemas que estamos vendo em outros estados do país, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará
Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz
SRAGs antecipam alta de internações por covid
O levantamento da semana epidemiológica entre 21 e 27 de fevereiro feito pelo boletim InfoGripe verificou cerca de oito novos casos por 100 mil habitantes na capital fluminense —a taxa caiu de um pico de 15 novos casos por 100.000 habitantes em dezembro para o índice de seis em janeiro. Após um período de estabilização, o índice agora volta a subir, preocupando especialistas.
O estado contabiliza 33.362 mortes e 587.800 casos —com 186 novos óbitos e média de 110 mortes na quarta (3), segundo dados do consórcio de imprensa.
A cidade do Rio registrou 18.992 óbitos até ontem, de acordo com a prefeitura —72 deles na quarta (3). Ao todo, foram 208.071 casos confirmados de pessoas infectadas pela doença.
O levantamento da prefeitura ainda registrou 43.195 casos graves de SRAG desde o início da pandemia. O UOL verificou a internação de 129 pacientes com doenças respiratórias entre quarta e terça-feira. Já a taxa de ocupação nos leitos hospitalares é de 76%, com 887 internados por SRAG.
Serviços essenciais
Para o endurecimento na quarentena, Marcelo Gomes sugere medidas para evitar aglomerações, reforço no uso de máscara de proteção, funcionamento apenas de serviços essenciais e a adoção de horários alternativos de trabalho, para reduzir a movimentação em horários de pico no transporte público.
"Essa conversa não pode mais ser adiada. Quanto mais cedo isso ocorrer, melhor. Se esperarmos, vamos ser obrigados a enfrentar medidas mais longas e mais duras para aliviar uma provável superlotação na capacidade hospitalar", projeta o pesquisador da Fiocruz.
Segundo Gomes, as internações de pessoas com SRAG costumam durar até duas semanas, sobrecarregando o sistema de saúde.
"O atendimento hospitalar é a última ponta. Quando sobrecarrega, é porque já há uma situação extrema. O ideal é tomar medidas preventivas para evitar perda de tempo e de vidas", avalia.
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