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Médico dinamarquês escreve para Bolsonaro e critica 'carta antivacina'

Vacinação foi defendida por quem costuma atacar a indústria farmacêutica - Divulgação
Vacinação foi defendida por quem costuma atacar a indústria farmacêutica Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL

09/03/2021 12h39

Peter Gotzsche é um médico dinamarquês que costuma criticar duramente a indústria farmacêutica. Por isso algumas declarações dele foram usadas em uma "carta antivacina", escrita por uma organização chamada "United Health Professionals" e enviada para diversos governos federais. Peter discordou de diversos pontos dessa carta e apresentou argumentos, em um novo documento, que, segundo ele, foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar de ser um crítico da indústria farmacêutica, Peter refuta teorias da conspiração sobre a pandemia de covid-19 e defende a vacinação.

A "carta antivacina", que recebeu esse nome de Peter, começa se manifestando contra o isolamento social. O documento chega a fazer uma comparação com o nazismo, dizendo que "prender seu povo é um crime contra a humanidade que nem mesmo os nazistas cometeram". Peter rebate: "isso é flagrantemente falso. Os nazistas prenderam e assassinaram seu próprio povo".

Depois a "carta antivacina" apresenta teorias da conspiração, que dizem que a pandemia de covid-19 é "apenas um golpe global para obter grandes lucros". Peter destaca que essas teorias não ajudam e também nega que o coronavírus tenha sido criado artificialmente. Recentemente uma delegação da OMS (Organização Mundial da Saúde) viajou até a China para investigar a origem do vírus e não encontrou vestígios dessa possibilidade.

O médico dinamarquês ressalta diversas vezes a quantidade de mortes causadas pela covid-19 é verdadeira, enquanto a carta da "United Health Professionals" qualifica tudo como uma farsa. Também há ataques contra a mídia, mas Peter acredita que isso soa como censura, apesar de entender que a imprensa merece críticas.

A carta também faz uma comparação entre covid-19 e gripe. Peter rebate: "Não foi comprovado que a gripe é mais contagiosa do que o coronavírus, e menos pessoas correm sério risco de contrair a gripe do que a corona porque há alguma imunidade nas populações", argumenta o dinamarquês.

Sobre as vacinas, Peter nega que elas sejam criadas apenas para "objetivos comerciais", como diz a carta. Ele também destaca que não existe nenhum tratamento com eficácia comprovada contra a covid-19, enquanto a carta diz o contrário. Por isso ele reforça o pedido para que os países acelerem a vacinação contra a doença.