Pazuello é convocado pelo Senado para esclarecer condução da pandemia
A Comissão Temporária (CT) da covid-19 no Senado Federal votou pelo requerimento de uma audiência pública com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para prestar esclarecimentos sobre a condução do Executivo contra a pandemia do novo coronavírus no Brasil. De acordo com o presidente da Comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO), o ministro deverá comparecer ao CT para prestar esclarecimentos já na quinta feira (18).
Os parlamentares também solicitam esclarecimentos da pasta de comunicação do Governo Federal sobre a campanha de vacinação, além de explicações da pasta da Saúde sobre o apoio logístico e financeiro para manutenção e ampliação de leitos de UTI.
Além disso, também foram deliberados pedidos de prestação de explicações pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o apoio do governo federal para ampliação dos leitos exclusivos para covid-19.
Os senadores votaram ainda pelo requerimento ao TCU (Tribunal de Contas da União) de informações sobre processos sobre a "ausência de uma estratégia federal minimamente detalhada para combater a Covid-19".
Os pedidos foram feitos pelos senadores Isalci Lucas (PSDB-DF) e Otto Alencar (PSD-BA) e aprovados pelos demais membros da comissão por unanimidade. No plenário do Senado marcado para amanhã, integrantes do CT devem discursar e apresentar as deliberações.
Pedidos dos governadores ao Executivo
Governadores presentes na reunião pediram por medidas nacionais de restrição de circulação e isolamento social. Na visão destes, o fechamento do comércio, uso de máscaras e alterações no cronograma de vacinação para antecipar as imunizações no país são ações prioritárias para o combate ao vírus.
Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), o estado tem 88% de ocupação dos leitos de UTI. Para ele, a principal medida a ser tomada é o isolamento social. "Medidas restritivas para cumprir objetivos. Reduzir a transmissão do vírus e, com isso, reduzir a demanda hospitalar, mas com isso reduzir demanda de outras enfermidades", defendeu.
Sobre a vacinação no país, ele criticou a coordenação nacional do Executivo à frente das compras. "A ausência de uma coordenação nacional de fato prejudica o cumprimento das vacinas". Esta semana, o governo do Espírito Santo enviou um documento ao Ministério da Saúde pedindo pela redução do transporte aéreo e rodoviário.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também foi favorável ao isolamento social e contrário às iniciativas do Executivo. "Infelizmente nós vemos pouca disposição do governo federal em prometer essa articulação. E na ausência do governo federal nessa liderança, nós temos que lembrar que o governo não é a nação", disse.
"Não tem país no mundo que tenha vencido o coronavírus apenas com aumento de leitos, nem países mais ricos. Se pegar o Canadá, Alemanha, todos precisaram de algum tipo de distanciamento, é ciência isso", defendeu, dizendo que é preciso "parar as pessoas" para evitar a transmissão da covid-19.
Ele também alegou que é preciso exigir a entrega das vacinas, e não mais compras, para antecipar a campanha de vacinação. "Não adianta comprar vacina pra chegar em outubro, novembro", seguiu.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e de São Paulo, João Doria (PSDB), também participaram da reunião. O tucano criticou as iniciativas de Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao vírus e defendeu a convocação do ministro da Saúde.
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