É mau sinal, diz FHC sobre 4º ministro da Saúde durante pandemia
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou hoje que é um mau sinal a troca de ministros na Saúde. Com a nomeação de Marcelo Queiroga, o Brasil chegou ao seu quarto ministro da Saúde desde o início da pandemia.
"Na pandemia, um momento difícil para todo mundo, você tem que dar força ao ministro porque é ele que está na linha da frente. Não quero dizer que o presidente é o responsável pelas mudanças, mas uma parte da responsabilidade cabe ao presidente", afirmou ele. "Às vezes é inevitável, mas, neste momento, a gente já tendo tantos ministros da Saúde não é um bom sinal."
A declaração foi dada hoje durante o UOL Entrevista, conduzido pelo colunista do UOL Tales Faria.
O médico cardiologista Queiroga vai substituir o general Eduardo Pazuello, o mais longevo no cargo, que vinha sendo criticado por sua subserviência ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua condução da política sanitária contra a covid-19 —em especial, no que diz respeito às vacinas.
"Dá a sensação de que o presidente Bolsonaro tem vontade de mando, pelo menos é o que dizem os ministros dele. Dá a sensação de que é ele quem interfere, fala. Não sei realmente o que acontece", acrescentou ele.
Nós temos uma dupla dificuldade: a questão da pandemia e a falta de empregos. Se você não consegue fazer algo, pelo menos sinta empatia.
FHC, sobre a gestão Bolsonaro durante a pandemia de covid
O governo Bolsonaro vem sendo criticado pela atuação na pandemia. Hoje, o Brasil enfrenta o pior momento desde o início da crise com o colapso nos sistemas de saúde de vários estados, recordes seguidos de mortes diárias e cronograma incerto da chegada de vacina.
O próprio presidente tem sido alvo de protestos e chegou a dizer que considera "um crime" ser chamado de genocida devido à situação da pandemia de coronavírus no Brasil. "Você falar em tratamento precoce hoje não pode, isso é crime. Não pode falar de cloroquina, ivermectina, eu tomei, me curei. Eles não causam efeitos colaterais, então por que não experimentar?"
Alinhado ao discurso do presidente, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou o lockdown, que, segundo ele, "não pode ser política de governo" e só deve ser aplicada em "situações extremas". Bolsonaro vem criticando governadores e prefeitos que decidiram adotar o toque de recolher para diminuir a circulação de pessoas na rua e a disseminação do vírus.
O médico, entretanto, evitou defender o tratamento precoce. "Não existe tratamento específico contra covid-19 hoje. Existem determinadas medicações usadas, cuja eficácia científica não é comprovada, mas os médicos têm autonomia para prescrever", declarou Queiroga.
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