Secretário de SP pede que governo federal retome pagamento de leitos de UTI
O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marcos Vinholi, afirmou hoje que o reestabelecimento do financiamento por parte do governo federal de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) destinados a pacientes com covid seria "fundamental" na luta contra o coronavírus no estado. Segundo ele, mais de três mil leitos deixaram de ser financiados no início do ano.
"Estamos sofrendo ainda os reflexos da economia perante a uma pandemia sem precedente e todo apoio é necessário. Se a gente começar já com o reestabelecimento do pagamento dos leitos de UTI pelo governo federal já seria um apoio fundamental.", disse Vinholi em entrevista à CNN Brasil na tarde de hoje.
Vinholi afirmou ainda que, dos três mil leitos que precisaram ser desabilitados, 1.500 já estão sendo restabelecidos.
Em nota, a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou que o governo federal repassou 20% dos recursos necessários e pendentes para o estado, o que representa um déficit de R$ 381,7 milhões de déficit no primeiro trimestre de 2021.
A pasta disse que, até o dia 17 de março, 2.124 de leitos tinham autorização do governo federal e que 1.932 leitos de UTI ainda estão sem financiamento.
O Ministério da Saúde foi procurado pelo UOL sobre as alegações do secretário Marcos Vinholi, mas não respondeu até o momento.
O fim do financiamento
No início de fevereiro, João Doria, afirmou que o ministério da Saúde deixou de pagar milhares de lleitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Na ocasião, o governador de São Paulo alegou que a decisão foi feita com motivação "política".
"Em plena pandemia, numa das fases mais difíceis da segunda onda, desabilitou 3.258 leitos. Houve drástica redução de leitos financiados pelo Ministério da Saúde", afirmou o tucano, reclamando sobre o fim do financiamento dos leitos por parte do governo federal.
Horas após a fala de Doria, em nota oficial, o Ministério da Saúde alegou que os recursos pararam de ser repassados no dia 31 de dezembro de 2020, após o fim do decreto de calamidade pública, que determinava o repasse de recursos ao estados.
"Em virtude do término do Estado de Calamidade Pública, conforme o decreto legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, que reconhecia a ocorrência do estado de calamidade pública, com efeitos até 31 de dezembro de 2020, os recursos de créditos extraordinários destinados pelo Governo Federal para enfrentamento à pandemia foram destinados a estados e municípios e aplicados pelo Ministério da Saúde até 31 de dezembro de 2020", afirmou a pasta.
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