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SP: 114 municípios estão com risco de desabastecimento de oxigênio

Tabela com municípios que correm risco de desabastecimento Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS/SP) - Divulgação/COSEMS-SP
Tabela com municípios que correm risco de desabastecimento Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS/SP) Imagem: Divulgação/COSEMS-SP

Do UOL, em São Paulo

24/03/2021 09h59Atualizada em 26/03/2021 19h05

Em meio ao agravamento da pandemia da covid-19, ao menos 114 dos 645 municípios paulistas estão com "estoque crítico" de cilindros de oxigênio medicinal, com capacidade para atender à demanda por menos de uma semana. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira, 24, pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP).

Na lista, estão cidades da região metropolitana da capital, como Poá e Franco da Rocha, da Baixada Santista, como Guarujá e Santos, e do interior, como Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Marília e Pindamonhangaba, dentre outras, de diferentes portes.

O Brasil está no pior momento de toda a pandemia. Na terça-feira, 23, pela primeira vez, registrou mais de 3 mil mortes por coronavírus. Há escassez de remédios e insumos, especialmente para manter pacientes intubados. Um monitoramento do Ministério da Saúde apontou que 13 Estados estão com situação preocupante ou "estado de atenção" para desabastecimento de oxigênio, dentre os quais está São Paulo.

Os dados de estoque de oxigênio gasoso foram levantados pelo Cosems/SP entre a segunda-feira, 22, e esta quarta-feira. Dos 645 municípios, 177 responderam ao questionário, dos quais 114 apontaram estar com estoque para menos de uma semana. Na sexta-feira, 19, das 69 cidades que responderam, 54 apontaram estar com dificuldades para fazer a reposição.

Como em outros estados do país, municípios de médio e pequeno porte paulistas dependem majoritariamente do oxigênio em cilindros. Nesses casos, por vezes, a logística envolve grandes deslocamentos e tem volume de entrega limitado.

Hospitais de maior porte costumam receber, por exemplo, o produto na forma líquida, que é armazenado em tanques. Com a alta demanda, contudo, parte dessas instituições têm enfrentado problemas com panes. Na cidade de São Paulo, uma das falhas está sendo apurada pelo Ministério Público após a denúncia de que poderia ter resultado em três óbitos.

Na quinta-feira, 18, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, admitiu que municípios paulistas têm relatado o problema e disse que a situação é discutida no gabinete de crise da pasta. "Não podemos assistir ao que foi visto em Manaus." Em janeiro, hospitais da capital amazonense ficaram sem oxigênio e pacientes morreram asfixiados.

No estado de São Paulo, a média móvel (calculada com os dados dos últimos sete dias) de novas internações por covid-19 está com aumentos consecutivos há mais de um mês. Na terça-feira, bateu o novo recorde da pandemia, com 3.268 hospitalizações, o que é mais do que o dobro de 16 de fevereiro, cuja média foi de 1.445. Ao todo, são 2.332.043 casos e 68.623 óbitos confirmados.

A ocupação de UTI chegou a 92,3%, o que tem gerado fila de espera por leitos de terapia intensiva. Em leitos clínicos, está em 82,3%, média que é de 87,8% na região metropolitana da capital.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado numa versão anterior desse texto, o número de municípios paulistas com estoque crítico de oxigênio é de 114, e não de 115. O Cosems/SP informou que o município de Socorro alegou ter repassado informação incorreta sobre o estoque e por isso constava na lista.