RJ: fila de espera por UTI é quase 2,5 vezes maior que vagas disponíveis
No Rio de Janeiro, o número de pessoas esperando leitos de UTI, por causa de covid-19, é mais do que o dobro de quartos disponíveis. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo, com base em dados do painel de covid-19 do estado.
Até ontem, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 88,7%. Portanto sobravam apenas 240 leitos no estado. E enquanto isso, 582 pessoas contaminadas esperavam na fila por uma UTI.
A fila de pessoas esperando por leitos de UTI cresceu 700% em apenas 15 dias. Há duas semanas, apenas 73 pessoas estavam na espera.
De acordo com o painel do governo estadual, a média de espera nessa fila de UTI é de 18 horas. Esse tempo tem crescido, pois aumentou em 3 horas desde anteontem. A espera por leitos de enfermaria é de 9 horas.
O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, minimizou essa média de espera, por entender que há uma grande rotatividade entre pacientes.
"No Hospital de Acari, o giro de pacientes, entre alta e óbitos, é de 11 dias. Diariamente, há cerca de 38 novos pacientes ingressando na unidade. Um descompasso pode ter muitas explicações, desde oscilação no total de leitos impedidos à falta de pessoal", disse o Secretário ao jornal O Globo.
A Secretaria estadual de Saúde informou ao diário que, a partir de hoje, fará inspeção em 25 hospitais para checar número de leitos e inconformidades informadas pelos municípios. Segundo a pasta, há mudanças diárias na rede, com inserção e retirada de vagas, dependendo de fatores como limpeza, manutenção, impedimentos, bloqueios e falta de pessoal.
Perto do colapso, o governador em exercício, Cláudio Castro, foi até Brasília para viabilizar novos leitos de UTI. Existe a possibilidade de compartilhamento da gestão do Hospital da Lagoa. Com isso, até 450 novas vagas podem ser criadas.
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