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Saúde tem suprimentos para intubação por 15 dias, diz diretor da Anvisa

Romison Rodrigues Mota, diretor substituto da Quarta Diretoria da Anvisa - Divulgação/Anvisa
Romison Rodrigues Mota, diretor substituto da Quarta Diretoria da Anvisa Imagem: Divulgação/Anvisa

Do UOL, em São Paulo

25/03/2021 21h38

O diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Romison Rodrigues Mota, disse hoje que o Ministério da Saúde garantiu o suprimento de medicamentos para o kit intubação por mais 15 dias. Segundo Mota, a pasta chefiada pelo novo ministro Marcelo Queiroga fez a previsão em reuniões diárias que tem com a agência federal.

"Quem tem condições de prever e acompanhar o consumo é o Ministério da Saúde. Temos reuniões diárias com o comitê da Saúde, a informação da Saúde é que temos suprimento suficiente para os próximos 15 dias", afirmou em entrevista à CNN Brasil o diretor substituto da Quarta Diretoria da Anvisa.

Mota aproveitou para valorizar o trabalho da agência. Nos últimos dias, a Anvisa tomou medidas para tentar evitar o desabastecimento que se tornou uma realidade possível na última semana, com a continuidade do avanço da pandemia de covid-19 e cada vez mais pessoas internadas em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva).

"Da semana passada para hoje o risco [de desabastecimento] diminuiu consideravelmente", afirmou o diretor, citando a redução feita pela Anvisa do prazo para a liberação dos produtos que compõem o kit intubação, de 15 para sete dias.

"O que eu considero que foi mais efetivo de forma imediata foi a liberação de sete dias de lotes da produção da indústria nacional. Isso possibilitou inclusive que no próprio domingo, na segunda e na terça, o Ministério da Saúde visitasse essas empresas e conseguisse esse volume aí de mais de 2,8 milhões de unidades desses medicamentos", disse o diretor.

Para Mota, apesar do aumento crescente das internações, não faltou planejamento à Saúde para evitar o risco de desabastecimento.

"Acredito que foi realmente o aumento inesperado da demanda nos últimos tempos", disse. "Foi essa curva crescente que aumentou consideravelmente o consumo. E essa questão da pandemia, confesso, é difícil de fazer previsões, muitas vezes previsões não são concretizadas", acrescentou.

Laboratórios fazem entregas

Depois de o governo requisitar na semana passada o estoque da indústria nacional de medicamentos que compõem o kit de intubação orotraqueal — necessária em pacientes que evoluem para formas graves da covid-19 —, o Ministério da Saúde começou a receber hoje os fármacos da União Química, que fornecerá 1,4 milhão de unidades de sedativos e bloqueadores neuromusculares até o final do mês.

A pasta também tem acordos para receber 1,2 milhão de unidades do laboratório Cristália até a próxima semana e outras 212 mil unidades da Eurofarma.

O kit intubação é composto por seis fármacos, entre sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares.

Em agosto do ano passado, o Ministério da Saúde cancelou parte de uma compra de medicamentos que compõem o kit. Dos 23 itens solicitados, 13 foram retirados sob a justificativa de "preços acima das estimativas de mercado".