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Anvisa recebe pedido do Butantan para iniciar testes da ButanVac

Governador João Doria mostra caixa da ButanVac, a vacina nacional contra a covid-19 do Instituto Butantan - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Governador João Doria mostra caixa da ButanVac, a vacina nacional contra a covid-19 do Instituto Butantan Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

26/03/2021 22h27

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou ter recebido, na noite de hoje, um pedido do Instituto Butantan para a realização de testes clínicos da ButanVac. A nova candidata a vacina contra covid-19 foi anunciada hoje de manhã, em coletiva de imprensa com a presença do governador João Doria (PSDB).

Caso a liberação aconteça, o Butantan pretende iniciar os ensaios já em abril. Com os resultados, a previsão é de que a distribuição do imunizante comece em julho.

A vacina foi anunciada inicialmente como a primeira 100% brasileira. No entanto, agora à noite, o instituto disse que firmou parceria com o hospital Mount Sinai, de Nova York, para uso e exploração de parte da tecnologia desenvolvida pela instituição.

A explicação veio após o hospital ter afirmado que o responsável pelo desenvolvimento foi um pesquisador deles, da Icahn School of Medicine, conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo. Segundo a nota do instituto brasileiro, a instituição dos EUA "não havia autorizado a divulgação de seu nome em comunicados oficiais do Butantan sobre a nova vacina".

"O uso dessa tecnologia é livre do pagamento de royalties (royalty free) e pode ser feito por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo. Isso foi adotado para essa tecnologia com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus", diz a nota do Butantan.

Como funciona a ButanVac?

Produzida de maneira semelhante à da vacina da gripe, a ButanVac é considerada uma vacina da segunda geração e já leva em conta a variante brasileira P1.

A tecnologia usa um vírus chamado Newcastle, que infecta aves e não causa sintomas em humanos, como vetor para levar a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra, estimulando o organismo a produzir anticorpos contra o causador da covid-19. Por isso, ela é considerada segura.

Até então, só foram feitos testes em animais. Mas, segundo Dimas Covas, diretor do instituto, os testes pré-clínicos geraram uma resposta imunológica dez vezes maior do que a CoronaVac.