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CGU investiga suspeitas de vacinação em nomes de pessoas mortas

Segundo a CGU, em 0,5% do total de 10 milhões de doses consideradas na análise foram encontradas irregularidades  - Flickr
Segundo a CGU, em 0,5% do total de 10 milhões de doses consideradas na análise foram encontradas irregularidades Imagem: Flickr

Colaboração para o UOL, de Jundiaí (SP)

26/03/2021 12h32

A CGU (Controladoria-Geral da União) está investigando suspeitas de irregularidades no âmbito do Programa Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A partir de cruzamentos de dados, foram identificadas cerca de 50 mil inconsistências, o que representa 0,5% do total de 10 milhões de doses consideradas no universo da análise.

Há casos de vacinas aplicadas em pessoas que constam como falecidas no SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) do Ministério da Saúde com datas de emissão da declaração de óbito anteriores ao início da vacinação. Há também pessoas que possuem três ou mais registros de vacinação, embora as vacinas utilizadas até o momento devam ser aplicadas em, no máximo, duas doses.

Além disso, em relação à vacinação de idosos, foram identificadas pessoas vacinadas como pertencentes a esse grupo prioritário, mas que, de acordo com informações do CPF, possuem menos de 60 anos. A análise também identificou cidadãos vacinados como profissionais da saúde que, a princípio, não trabalham na área, tampouco estão lotados em unidades relacionadas diretamente à área da saúde.

Como está sendo investigado

As análises, que serão atualizadas regularmente, alcançam todos os registros de vacinados constantes no sistema de informações oficiais do Ministério da Saúde, o SIPNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações).

São realizadas análises dos dados do próprio SIPNI e também de cruzamentos com outras bases oficiais. Na primeira rodada, foram considerados os registros de vacinas aplicadas até o dia 10 de março de 2021, que somam mais de 10 milhões de doses aplicadas.

As inconsistências serão discutidas junto ao Ministério da Saúde para a adoção de providências junto aos estados e municípios voltadas a evitar a ocorrência de novos desvios, bem como para o aprimoramento dos controles em relação à conformidade dos grupos prioritários.