Sindicato de hospitais montará consórcio para comprar 'kit intubação' em SP
O Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) informou hoje que planeja auxiliar hospitais privados do estado a criar um consórcio para importar, de forma coletiva, medicamentos destinados ao "kit intubação" que atende pacientes diagnosticados com a covid-19. A medida foi adotada um dia após o secretário de Atenção Especializada à Saúde, do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte falar sobre a baixa de estoques de insumos no país.
"A partir de agora, de forma temporária e emergencial, um rol de 34 medicamentos e dispositivos sem registro no país poderá ser importado de forma direta por órgãos e entidades públicas e privadas, bem como serviços de saúde. Apesar da importação não exigir registro no país, os medicamentos devem ter registro em uma das dez agências reguladoras no mundo", detalhou o sindicato.
A entidade alega que seguirá a Resolução 483 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autoriza a compra direta de medicamentos por serviços de saúde.
O SindHosp informou ainda que o consórcio irá coletar pedidos e fazer a compra coletiva dos insumos. A ideia tem como objetivo agilizar materiais para tratar os pacientes da covid-19 e baratear a negociação de preços com os fornecedores internacionais.
Na nota divulgada pela entidade, o presidente Francisco Balestrin alegou que hospitais de diferentes portes não possuem expertise de importação e que a compra conjunta garantirá agilidade.
"A abertura da importação direta — embora temporária — pode ser um primeiro passo para agilizar e destravar o sistema de aquisição e registro de medicamentos no país", disse Balestrin em um trecho do comunicado emitido pelo SindHosp.
Estoque de "kit intubação" acima de 7 dias de "é luxo"
O secretário de Atenção Especializada à Saúde, que integra o Ministério da Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, declarou ontem que os estoques de medicamentos que integram o chamado "kit intubação" estão esgotados no país. Ações em nível regional foram defendidas por ele, com o intuito de remanejar estoques acima da meta entre as redes de saúde locais.
"Hoje, é um luxo um estabelecimento de saúde ter mais de sete dias desse kit intubação. Se estiver ultrapassando sete dias, por obséquio, empreste a medicação para o hospital ao lado", disse em audiência pública na Câmara dos Deputados.
A orientação do Ministério da Saúde sobre o tema precisa ser passada de forma regional, inclusive relacionada aos estoques de hospitais particulares, segundo o secretário.
"Não temos que fazer diferença do setor público e privado. Se eu tenho a medicação de posse do setor público e o setor privado não tem essa medicação, por favor, passe para o setor privado. E vice-versa", declarou.
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