Covid: Bolsonaro nunca se mostrou tão fraco e perdido, diz jornal espanhol
O jornal catalão "El Periódico" publicou hoje (28) um artigo em que faz críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e relata que, em um momento no qual o Brasil supera diariamente recordes de mortos pela covid-19, ele "nunca antes se mostrou tão fraco e perdido" desde que tomou posse do cargo, em janeiro de 2019.
O veículo espanhol destaca que o governante passou um ano (em referência a 2020) "minimizando" e "negando" o impacto da pandemia do coronavírus. Diz ainda que o próprio vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), foi obrigado a reconhecer a gravidade do caos sanitário que se instalou no país.
"Os mais de 300 mil mortos pela covid e a possibilidade de que, em menos de 60 dias, o número de mortes chegue a 400 mil, colocaram o presidente contra as cordas [metáfora alusiva ao momento no qual um boxeador é golpeado e fica em situação crítica]."
"Nunca antes Bolsonaro, que levou um ano minimizando e inclusive negando o impacto do vírus, se mostra tão fraco e perdido desde sua ascensão triunfal no primeiro dia de 2019. Até o vice-presidente Hamilton Mourão teve que reconhecer que a quantidade de óbitos superou o limite do bom senso."
O artigo, assinado pelo jornalista Abel Gilbert, de Buenos Aires, menciona que os estados do Acre, de Rondônia e do Rio Grande do Sul já não têm mais leitos de UTI, e que mais da metade dos demais entes federados estão com uma ocupação de 90% das vagas.
"São Paulo, a região mais importante do país, anunciou a elaboração de uma vacina própria cujos testes começarão em breve. Mas seus hospitais já não dão conta da demanda de pacientes. A proliferação do vírus, na variante natural que provocou estragos na cidade amazônica de Manaus, ameaça transpor as fronteiras."
Ontem (27), um dos principais jornais do mundo, o americano "The New York Times", destacou a situação caótica do Brasil na manchete de seu site. O veículo escreveu que o país sul-americano vive um colapso na saúde e que este fato era previsto em meio ao espalhamento da variante do vírus de Manaus, mais contagiosa, brigas políticas e desconfiança na ciência.
Correspondentes do jornal americano foram até Porto Alegre, onde viram pacientes mais jovens e em estado mais grave nos hospitais, funerárias sobrecarregadas e médicos exaustos pedindo reforço no isolamento. Enquanto o prefeito da cidade, Sebastião Melo (MDB), falava em salvar a economia, a cidade virava o epicentro da crise da saúde no país.
Segundo a reportagem, são atitudes políticas como essa que acabaram levando o Distrito Federal e 16 estados a ter escassez de leitos disponíveis, falta de oxigênio e de kits de intubação. Hoje, o Brasil é o país que mais soma novas mortes e casos de coronavírus por dia no mundo.
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