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Centro de Contingência aconselha Doria a estender fase emergencial em SP

07.04.2021 - O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, o coordenador-executivo do Centro de Contingência, Paulo Menezes, e o diretor-executivo do Centro, João Gabbardo  - Divulgação/Governo de São Paulo
07.04.2021 - O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, o coordenador-executivo do Centro de Contingência, Paulo Menezes, e o diretor-executivo do Centro, João Gabbardo Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Leonardo Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/04/2021 19h32Atualizada em 09/04/2021 12h17

O Centro de Contingência do Coronavírus, pasta que assessora o governo paulista no enfrentamento da pandemia de covid-19, propôs ao governador João Doria (PSDB) a extensão da fase emergencial, a mais restritiva do Plano São Paulo, por pelo menos mais uma semana.

Os médicos do comitê se reuniram na tarde de hoje (8) para alinhar os detalhes da proposta. O governador se reunirá amanhã (9) de manhã com secretários de governo e representantes do grupo para decidir se acata ou flexibiliza o aconselhamento do comitê. O anúncio será feito na coletiva de imprensa às 12h45, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul da capital.

No entendimento de membros que integram o grupo, os dados da pandemia no estado continuam preocupantes e as desacelerações de alguns índices que são levados em conta no Plano São Paulo não são suficientes para amenizar a situação do sistema de saúde.

Os dados de internações e novos casos continuam alarmantes. A ocupação de leitos de UTI está em 88,3% no estado, enquanto leitos de enfermaria estão em 71,1%. Só hoje, foram mais 21.004 novos casos de covid-19. E o total de mortes, desde o início da pandemia, chegou a 80.742.

Um dos médicos usou o exemplo de um carro para esboçar a situação do estado atualmente. Os casos de covid e de novas internações seriam um automóvel que está em alta velocidade, mas desacelerando, por causa das restrições.

A velocidade desse "carro" ainda segue preocupante e perigosa desde o fim de fevereiro, mas a aceleração dele reduziu. Num cenário de pandemia, o ideal seria que esse carro parasse.

A expectativa, concluiu o médico, é de estabilização e queda no número de casos e internações nas próximas semanas. Mas, para isso, seria preciso continuar com as restrições atuais por, no mínimo, sete dias. O ideal, relatou um dos médicos, seria mais 15 dias de fase emergencial.

Na coletiva de imprensa de ontem, o coordenador-executivo do Centro de Contingência, Paulo Menezes, antecipou o que pensa o comitê sobre as restrições.

"O Centro de Contingência está discutindo situação. Conseguimos desaceleração. Há indicadores de melhora pequena, que deve prosseguir nas próximas semanas e estamos discutindo necessidade de extensão ou não. Sexta-feira vamos passar recomendação pro governo, que vai decidir como encaminhar. É bem provável que continuemos com níveis de restrições que temos hoje, mas vamos aguardar próximos dias", disse.

Internamente, os médicos acreditam que o governador deve aceitar a proposta. Desde quando o sistema de saúde de São Paulo apresentou sinais de colapso, no começo de março, relatam os médicos à reportagem, Doria passou a acatar as recomendações do comitê integralmente.

Internações ficam abaixo de 90% após 3 semanas

Na quarta-feira (7), a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado de São Paulo ficou em menos de 90% pela primeira vez em três semanas. Ontem, o índice chegou a 88,6%. O governo havia registrado pela primeira vez 90% de ocupação de leitos de UTI em 16 de março.

Gráfico da média diária de internações levantados pelo governo do estado de SP - Divulgação/Governo de SP - Divulgação/Governo de SP
Gráfico da média diária de internações levantados pelo governo do estado de SP
Imagem: Divulgação/Governo de SP

Em coletiva ontem, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, ressaltou que a melhora ainda é "muito precoce", já que a semana epidemiológica, levada em consideração nas estatísticas oficiais, acaba no fim de semana.

Comparativamente com domingo e quarta-feira, tivemos queda de internações de 20,9%. É muito precoce porque semana está em curso, mas reforça que medidas tiveram significado importante. Em óbitos tivemos incremento de 15,5%. Essas mortes vão diminuir mais tardiamente. Primeiro vamos diminuir internações e casos.
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde

Errata: este conteúdo foi atualizado
O número de mortes por covid-19 no estado de São Paulo é de 80.742