Topo

Esse conteúdo é antigo

975 municípios veem risco de ficar sem o kit intubação, diz CNM

Segundo relatório, apesar da queda, uma parcela considerável de municípios ainda corre o risco de não ter o "kit intubação" - iStock
Segundo relatório, apesar da queda, uma parcela considerável de municípios ainda corre o risco de não ter o 'kit intubação' Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

16/04/2021 16h10

Os medicamentos para intubação de pacientes com a covid-19 podem faltar em 975 municípios do Brasil nos próximos dias. É o que mostra o levantamento realizado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), após contato com quase 3.000 prefeituras entre os dias 12 e 15 de abril. Ao todo, a CNM enviou o questionário a 5.568 municípios e recebeu respostas de 2.938.

Por outro lado, 1773 municípios responderam que não veem riscos de ficar sem os itens do kit intubação. Outros 190 não responderam.

"Os dados apresentam que, neste período, há risco de falta de medicamentos do 'kit intubação' em 33,2% dos municípios da amostra, demonstrando, que embora se identifique uma redução a cada semana, uma parcela considerável de municípios ainda corre o risco de não ter o 'kit' para atenderem aos pacientes com covid-19 entubados", diz o relatório.

Com relação à administração das vacinas, 1.449 municípios optaram por guardar a segunda dose da vacina para garantir a imunização do público prioritário, enquanto 1.426 optam por aplicar todas as doses enviadas pelo Ministério da Saúde. De modo geral, apenas 85 das 5.568 prefeituras afirmaram fazer estoque dos imunizantes sem que seja para segunda dose.

Glademir Aroldi, presidente da Confederação Nacional dos Municípios, afirmou que a questão de administração das doses é uma questão que ainda gera "insegurança" para os municípios.

"Há uma insegurança porque o Ministério, num primeiro momento, orientou os municípios a guardarem doses para serem aplicadas uma segunda vez. Depois houve uma orientação que não, que não guardassem doses e que aplicassem todas as doses logo na primeira. E agora, por conta de uma insegurança no cronograma de entrega das vacinas, parece que a gente não vai poder cumprir. E os municípios acabaram reservando imunizantes", disse Aroldi em entrevista à CNN Brasil.

Questionado se o melhor seria um direcionamento do Ministério da Saúde ou cada município seguir sua política, Aroldi disse que o ideal "é que não haja mudança de critério todos os dias".

"A disponibilidade do número de imunizantes faz com que a gente possa agilizar o ritmo da vacinação ou não. Quando houve uma maior disponibilização há uns dias atrás, chegamos a vacinar mais de um milhão de pessoas por dia. Hoje, estamos na faixa dos 500, 350 mil por dia. A capacidade de aplicação dos municípios chega tranquilamente a 1,5 milhão/dia. Em 47% dos municípios, responderam na nossa pesquisa que podem aumentar ainda mais essa capacidade, chegando a 2 milhões de doses", completou.

A pesquisa levantou que mais de 2.800 gestores municipais confirmaram a informação de capacidade para aumentar as imunizações, mas isso depende da quantidade de vacinas disponíveis nos municípios ser maior. Enquanto 1.338 municípios receberam doses com a capacidade de dez aplicações, 1.516 afirmam ter recebido doses com menos aplicações e 107 afirmam ter tido problemas com a extração do líquido do frasco.