Saúde destinará R$ 247 milhões para reforçar atendimento a gestantes
O Ministério da Saúde anunciou hoje, em coletiva de imprensa, que irá destinar R$ 247 milhões a estados e municípios para a implementação de ações relacionadas às gestantes. Os recursos também poderão ser destinados à hospedagem das pacientes que não possuam condição de isolamento social.
O valor disponível pelo ministério é inferior ao repassado em agosto de 2020, quando foram transferidos R$ 259,8 milhões "para ações de fortalecimento do cuidado adequado às gestantes".
Segundo o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, do montante de R$ 324,5 milhões disponibilizado aos entes federados para a restruturação de 593 maternidades, apenas R$ 264,5 milhões foram repassados.
"Reparem que R$ 60 milhões os municípios não aderiram. Eu como obstetra não conheço nenhuma maternidade perfeita no Brasil que não precise de equipamento. Então fica a pergunta, por qual razão os municípios não aderiram se o dinheiro estava disponível?", questionou.
Ao apresentar a diminuição "considerável" no número de atendimentos pré-natal feitos em 2020 em comparação a 2019, Câmara insinuou que as pacientes deixaram de ser atendidas pelo fechamento de UBS (Unidade Básica de Saúde) nos estados.
"Óbvio que tem de ficar em casa quando não existe motivo (para ir à rua), mas quando tem, tem de ir ao pré-natal. Ninguém deve deixar de fazer o pré-natal", afirmou.
Números apresentados pelo secretário mostram que, em 2020, o número de pacientes que tiveram de um a três atendimentos caiu de 944.207 para 436.657. Já quando se avalia gestantes que tiveram quatro ou cinco atendimentos, o quantitativo cai para menos da metade, de 259.139 para 104.411.
Raphael Câmara também apresentou dados relativos aos casos de gestantes que apresentaram problemas respiratórios graves, em decorrência da covid-19.
Foi apresentado que o número de mortes registradas nos quatro meses deste ano, que somam 80, já superou o somatório de 77 óbitos confirmados em 2020.
"Como eu disse, a variante traz uma gravidade maior mostrado, inclusive, pelos números", disse.
O ministro Marcelo Queiroga não compareceu à coletiva como anteriormente previsto.
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