Sputnik diz que decisão da Anvisa contraria medida do Ministério da Ciência
A fabricante da vacina Sputnik V contra a covid-19 afirma que a rejeição da Anvisa contradiz uma decisão anterior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que reconheceu o imunizante como seguro e permitiu sua produção no Brasil.
O laboratório reafirmou que a negativa da Anvisa é de "natureza política" e nada teria a ver com o acesso do órgão à informação ou tecnologia contida na vacina.
"A equipe da Sputnik V abordou as questões técnicas levantadas pelos diretores da Anvisa durante a reunião de 26 de abril para demonstrar que essas alegações não têm embasamento científico e não podem ser tratadas com seriedade na comunidade científica e entre os reguladores internacionais", diz um trecho da nota divulgada no site da Sputnik V.
De acordo com a produtora do imunizante, o Centro Gamaleya, que realiza o controle de qualidade da Sputnik, confirmou que nenhum adenovírus competente para replicação (RCA) foi encontrado nos lotes produzidos da vacina.
"Antes da inspeção a equipe da Anvisa recebeu ofício do Centro Gamaleya datado de 26 de março de 2021 que diz claramente: "Além disso, gostaríamos de informar que durante a liberação da vacina no local do Centro e no local do contrato do JBC Generium, nem um único lote contendo RCA foi registrado", afirmou a Sputnik V.
A segurança e a eficácia do imunizante russo foi confirmada por 61 reguladores em países onde a vacina foi autorizada. Segundo a Sputnik, a eficácia da vacina é de 97,6% e ainda não houve casos de trombose do seio venoso cerebral durante o uso do imunizante.
"O Supremo Tribunal Federal (STF) vai rever a decisão da Anvisa já nesta semana, quando ouvir uma moção de 7 estados brasileiros cujos governos estão se esforçando para salvar vidas e acelerar seus programas de vacinação, trazendo vacinas mais seguras e eficientes para o país".
Sputnik afirma que irá processar a Anvisa
Os desenvolvedores da Sputnik V disseram que irão processar a Anvisa por difamação, devido às "informações incorretas e enganosas" difundidas sem testar o imunizante.
A Sputnik declarou ainda que a Anvisa desconsiderou um documento oficial encaminhado com os dados do imunizante.
"Após a admissão do regulador brasileiro Anvisa de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente", escreveram os desenvolvedores do imunizante nas redes sociais.
No Twitter, o laboratório diz que a Anvisa admitiu os erros, citando uma fala do gerente de Medicamentos e Produtos Biológicos da agência, Gustavo Mendes.
"Não recebemos amostras da vacina para teste. Então, precisa ficar claro, não fizemos teste para adenovírus replicado", teria dito Gustavo Mendes. No entanto, o perfil da Sputnik não deixa claro quando e onde a declaração foi feita.
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