Topo

Onde já foram registrados casos e mortes pelo fungo negro no Brasil?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo*

09/06/2021 04h00

Embora sejam raros, os casos de mucormicose ou "fungo negro" explodiram em maio na Índia entre os pacientes de covid-19, ligando um alerta ao mundo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até o momento foram registrados 29 casos da doença no Brasil, porém apenas quatro deles em pacientes que tiveram covid-19.

De acordo com a pasta, os registros em pacientes do novo coronavírus notificados ao ministério até o dia 27 de maio foram em:

  • Conceição do Araguaia (PA);
  • Fortaleza (CE);
  • Natal (RN);
  • São Paulo (SP).

Nesta semana, Pernambuco também notificou um caso no Recife, que ainda não entrou na conta do ministério. Além disso, um caso de morte foi registrado em Manaus no início de junho, mas sem ligação com a covid-19.

Mato Grosso do Sul, que atualmente enfrenta uma crise de vacinação e falta de leitos, tem dois casos suspeitos da doença em pacientes que tiveram covid-19, sendo que um deles resultou em óbito.

Segundo o Ministério da Saúde, "a ocorrência dos casos de mucormicose registrados no Brasil, não tem, até o momento, relação com possíveis variantes do SARS-CoV-2."

O que é o fungo

Com um alto índice de infecção e letalidade pela covid-19, a Índia registrou quase 9.000 casos de fungo negro entre os pacientes do coronavírus. Ao menos 90 pessoas morreram no país.

Mas, segundo especialistas, a doença é muito rara e encontrou na Índia o lugar perfeito para se proliferar, já que milhares de pessoas estavam com seu sistema imunológico vulnerável.

Esse fungo é encontrado, principalmente, em lugares quentes e úmidos. A doença não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de pessoa a pessoa.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a doença afeta principalmente pessoas que têm problemas de saúde, como diabetes, ou tomam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater germes e doenças, como imunossupressores e corticoides.

"É uma doença causada por um fungo, felizmente incomum no nosso país, embora tenhamos ocorrências de casos. É uma doença muito grave e que acomete, em especial, pacientes com baixa imunidade. Infelizmente, o fato de se usar corticoides em altas doses acaba provocando ocorrência com um ou outro paciente", explicou o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

Em alguns locais, os medicamentos corticoides são utilizados para controle das inflamações respiratórias causadas pela covid-19 em pacientes graves na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Também segundo o CDC, embora seja uma doença rara, a sua taxa de mortalidade é alta, em torno de 54%. Justamente por isso o tratamento tem que ser rápido e pode incluir até cirurgia.

* Com Agência Brasil