Prefeitura de São Paulo nega ter aplicado vacinas da AstraZeneca vencidas

A Prefeitura de São Paulo afirma que não houve aplicação de doses vencidas de vacinas contra a covid-19, mas que está revisando a validade das 7,3 milhões de doses aplicadas nos postos da cidade.

Em nota, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que todas as datas de validade das vacinas passam por uma checagem de três passos: no recebimento da vacina, na distribuição e no momento da aplicação da dose.

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Reportagem da Folha de S. Paulo denuncia a utilização de imunizantes fora da validade em 1.532 cidades do país. Até 19 de junho, foram usadas pelo menos 26 mil doses da AstraZeneca nestas condições. Na capital paulista, foram 996 doses. Os dados estão em registros oficiais do Ministério da Saúde.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os funcionários mostram ao cidadão a validade do imunizante. Mesmo assim, a prefeitura diz que vai revisar todas as aplicações.

Neste momento, o município está fazendo um rastreamento nas mais de 7 milhões de doses aplicadas, com a revisão de todos os lotes e vacinas cadastradas, inclusive para a eventual detecção de eventuais falhas no momento do cadastro no sistema.
Nota da Prefeitura de São Paulo

Vacina mais usada no Brasil

Desde o início da campanha de vacinação contra covid-19, em janeiro deste ano, a AstraZeneca é a mais usada no Brasil. Segundo reportagem da Folha, ela responde por 57% das doses aplicadas.

A maior parte delas foi usada de acordo com as orientações do laboratório fabricante. As que estavam fora da validade integram oito lotes da AstraZeneca importados para o Brasil ou adquiridos via consórcio:

• 4120Z001 (29 de março)
• 4120Z004 (13 de abril)
• 4120Z005 (14 de abril)
• CTMAV501 (30 de abril)
• CTMAV505 (31 de maio)
• CTMAV506 (31 de maio)
• CTMAV520 (31 de maio)
• 4120Z025 (4 de junho)

É possível verificar o código no cartão de vacinação. Quem tiver tomado doses destes lotes deve procurar o posto de saúde para se informar.

As cidades que mais teriam aplicado doses vencidas, segundo os dados do Ministério da Saúde, são Maringá (PR) e Belém, com 3.536 e 2.673 doses, respectivamente. As prefeituras, entretanto, também negaram.