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Covid é mais grave que mal-estar de vacina, diz SP sobre alta de faltosos

Vacinação contra a covid-19 na UBS Vila Medeiros, em São Paulo; 642 mil pessoas ainda não foram tomar a segunda dose no estado - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Vacinação contra a covid-19 na UBS Vila Medeiros, em São Paulo; 642 mil pessoas ainda não foram tomar a segunda dose no estado Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

22/07/2021 04h00

O governo do estado de São Paulo informou ontem que 642 mil pessoas ainda não foram tomar sua segunda dose de vacina contra a covid-19. Em comparação com o mês de junho, houve um aumento de 168% no número de faltosos.

Ao todo, 284,4 mil pessoas ainda não compareceram aos postos para tomar a segunda dose da CoronaVac, e 357,6 mil da vacina da AstraZeneca/Oxford. Três semanas atrás, o balanço era de 239,2 mil ausentes, somando respectivamente 179,7 mil e 59,5 mil pendentes de cada imunizante citado.

Uma das explicações para isso, na opinião da Coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, é o medo das reações adversas causadas pelas vacinas, principalmente a AstraZeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

"Sabemos que as reações também têm causado medo nas pessoas. Mas para todo medicamento e todas as vacinas que as pessoas forem tomar isso pode acontecer. Muitas pessoas se assustam, mas a pandemia é muito mais grave do que não se vacinar, do que não completar o esquema vacinal", disse em entrevista exclusiva ao UOL.

Nós fazemos um apelo para que todos retornem para tomar a segunda dose, independente da reação que tiveram na primeira."
Regiane de Paula, coordenadora do PNE de São Paulo

Segundo especialistas em saúde, de fato, a vacina da AstraZeneca tem causado mais reações adversas, como dor no corpo, febre e dor de cabeça, mas isso não é grave e pode ser tratado com remédios antitérmicos. Na segunda dose, os efeitos colaterais, se acontecerem, serão mais brandos, de acordo com a bula da vacina.

O governo intensificou nesta semana os pedidos para que as prefeituras convoquem os faltosos de segunda dose a se vacinarem com envio de mensagem de texto ou email.

No caso da AstraZeneca e da vacina da Pfizer, o intervalo entre as doses deve ser de três meses. Para a CoronaVac, são 28 dias. Já a vacina da Janssen é de dose única.

Por que vacinas contra covid-19 dão reação?

Conforme o UOL já noticiou, são comuns algumas reações como febre, dor no local da aplicação, na cabeça e no corpo, além de náusea, vômito, diarreia, fadiga e coriza após a imunização contra a covid-19. Eles tendem a ser transitórios e costumam passar rápido, em aproximadamente dois dias. Também não acometem todos os vacinados.

De acordo com Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) e médica do CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais) de Goiânia (GO), são reações que fazem parte do processo de funcionamento das vacinas — assim como também ocorrem com outros imunizantes.

Após orientação médica, é possível tomar medidas simples para diminuir o desconforto, como descansar, manter-se hidratado e alimentar-se bem.