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Em meio a temor da variante delta, ministro volta a falar em tirar máscaras

Do UOL, em São Paulo

11/08/2021 13h41Atualizada em 11/08/2021 19h41

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a falar sobre um possível fim da obrigatoriedade do uso de máscaras no Brasil. Segundo ele, até o final do ano a população brasileira "poderá tirar de uma vez por todas essas máscaras".

Queiroga disse que a medida será possível depois que toda a população brasileira estiver vacinada, mas não especificou se levará em conta outros aspectos da pandemia para tomar uma decisão.

"Garanto a vocês, em nome do Bolsonaro, até o final do ano toda a população brasileira estará vacinada. Até o final do ano, poremos fim ao caráter pandêmico dessa doença no Brasil e vamos poder tirar de uma vez por todas essas máscaras, e desmascarar aqueles que, mesmo que nunca tenham usados máscaras, precisam ser desmascarados", disse o médico durante discurso feito na inauguração da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Paranoá, em Brasília.

A declaração de Queiroga retoma um assunto levantado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em junho deste ano. Na ocasião, o presidente disse que o ministro da Saúde iria publicar um parecer que desobrigaria o uso de máscara por parte daqueles que já foram vacinados.

Na época, Queiroga afirmou que era preciso um avanço no plano de vacinação para que o plano fosse colocado em prática. Uma possível determinação do governo federal, porém, pode ter efeito prático limitado, uma vez que estados e municípios têm competência concorrente para tratar sobre assuntos da pandemia.

São Paulo diz que máscara é indispensável

A possibilidade é levantada por Queiroga em um momento em que muitos estados e municípios têm demonstrado preocupação com o avanço da variante delta, considerada mais transmissível pelo Brasil. O coordenador do centro de contingência para a covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, disse hoje, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, que o uso de máscara ainda é indispensável para o controle da pandemia.

"Não é o momento de se falar em dispensar o uso de máscara. Pelo contrário: as orientações são a de que devemos continuar com o uso obrigatório de máscaras, com a proibição de qualquer tipo de aglomeração, com distanciamento mínimo entre as pessoas, e, dessa maneira e com a velocidade da imunização, continuaremos seguindo nesse processo de flexibilização", disse Gabbardo.

Grande parte dos especialistas recomenda a continuidade do uso de máscaras, principalmente em ambientes fechados, mesmo com o avanço da vacinação. A pessoa imunizada tem menor possibilidade de contrair e ter efeitos graves da doença, mas pode transmitir o vírus caso seja infectada.

Países como Estados Unidos e Israel retiraram a obrigatoriedade do uso de máscaras para vacinados ao longo do primeiro semestre, mas a medida não é consenso na área médica mesmo com a imunização avançada. A disseminação da variante delta, por exemplo, fez o governo americana recuar em parte das medidas e recomendar, no final de julho, o uso de máscaras em áreas de alto risco de contaminação.

De acordo com dados atualizados ontem pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, 46.902.420 pessoas receberam a segunda dose ou a dose única de imunizante no Brasil, o equivalente a 22,15% da população do país.