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São Paulo aplicou 4 milhões de doses de lotes interditados da CoronaVac

Lotes foram interditados por terem sido fabricados em local sem inspeção - iStock
Lotes foram interditados por terem sido fabricados em local sem inspeção Imagem: iStock

Anna Satie

Do UOL, em São Paulo

04/09/2021 21h03Atualizada em 05/09/2021 08h15

A secretaria de Saúde do estado de São Paulo confirmou ter aplicado cerca de quatro milhões de doses dos lotes interditados da CoronaVac. Mais cedo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu o uso de 21 milhões de doses do imunizante que foram envasadas em um local não autorizado pela agência.

O Instituto Butantan afirma que alertou a Anvisa por "extrema precaução" e que atestou a qualidade das doses suspensas cautelarmente.

Segundo a secretaria paulista, não houve nenhuma intercorrência até o momento, mas toda a rede está orientada sobre o monitoramento das pessoas vacinadas, independentemente da vacina utilizada.

"O Estado aguardará parecer das autoridades sanitárias para proceder com a distribuição de 1,5 milhão de doses da Coronavac entregues a SP ontem. A pasta estadual trabalha em sintonia com o Instituto Butantan e tem convicção na liberação das doses para a aplicação na população", disse o órgão em nota.

É possível consultar quais foram os lotes impactados pela decisão no site da Anvisa.

O estado do Rio confirmou em nota que recebeu um dos lotes suspensos e que orientou os municípios para que fique armazenado até nova orientação da Anvisa. A secretaria municipal do Rio disse ter aplicado as vacinas embargadas em 1.206 pessoas, e que não planeja revaciná-las.

Há pouco, o diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres, disse que não havia nenhuma orientação específica para as pessoas que receberam essas vacinas.

"A orientação é que siga medidas de distanciamento social, uso de máscara, boa higienização das mãos, as orientações para todos os cidadãos brasileiros, não é porque se vacinou que pode abrir mão disso", afirmou em entrevista à CNN Brasil. "Não temos novidade, conduta nova a propor a quem tenha sido vacinado com esses lotes".

Ele ressaltou ainda que não há motivo para desconfiança da população. "Essa vacina, assim como outras, foram analisadas e aprovadas pela Anvisa, atenderam parâmetros da Organização Mundial da Saúde. Não há o que a população suspeitar ou ter reação de não-aceitação da vacina, é um evento que pode acontecer com qualquer outra".

Butantan descarta risco

Em nota enviada ao UOL, o Instituto Butantan disse que a medida da Anvisa não deve causar alarmismo, pois "foi o próprio Instituto que, por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população."

O instituto diz ainda ter convicção de que a certificação deve ser concedida em breve pela Anvisa, pois diz ter enviado "há 15 dias toda a documentação necessária para a certificação do processo de produção em que foram feitas essas doses". O órgão se colocou a disposição para fornecer mais dados, se a Anvisa julgar necessário.

"Todos os lotes liberados pelo instituto estão de posse do Ministério da Saúde, como firmado em contrato", informou. "Reafirmamos, no entanto, que todas as doses que saíram da unidade fabril estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan."

"Informa, ainda, que 6 milhões de doses da vacina do Butantan, que fazem parte de um lote de 12 milhões de imunizantes formuladas no site fabril da zona oeste de SP, aguardavam liberação da Anvisa. Na última quinta-feira (2), o órgão regulatório liberou e as mesmas foram expedidas na sexta-feira (3)."

E acrescenta: "Esse pedido de liberação ao órgão regulatório aconteceu por uma mudança em uma das etapas do processo de formulação da vacina, que pode ocorrer no decorrer da fabricação. A fábrica onde é feita a formulação e o envase da CoronaVac são todas certificadas pela Anvisa, desde o final de 2020."

O instituto finaliza a nota convidando a Anvisa para voltar a conhecer as instalações das fábricas da Sinovac, na China.

*Colaborou Carolina Marins, do UOL