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Caso suspeito de vaca louca no RJ tem resultado positivo para outra doença

Colaboração para o UOL

12/11/2021 19h55

O médico neurologista Abelardo Araújo, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, confirmou ao UOL News que um dos dois pacientes internados no Rio de Janeiro (RJ) com suspeita de mal da vaca louca testou positivo para a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) — distúrbio neurodegenerativo com sintomas similares aos da doença que também atinge animais bovinos.

Ontem, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou que monitorava dois casos suspeitos de doença da vaca louca. Ambos pacientes estão internados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, no Rio.

No entanto, ao final do dia, a instituição informou que, na verdade, os casos não tinham relação com o mal da vaca louca, e sim eram investigados como suspeita de DCJ.

Hoje, um exame confirmou que um dos pacientes está com DCJ, afirmou o neurologista do Evandro Chagas. Os resultados da outra pessoa internada ainda não saíram.

"Recebemos dois pacientes com suspeita de uma doença degenerativa, que não é doença da vaca louca, pois essa, como o nome mesmo implica, é uma doença veterinária que acontece em vacas e bois", disse o médico, em entrevista ao UOL News.

"[Os casos eram suspeitos] de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) — uma doença rapidamente progressiva, causando uma degeneração da substância cinzenta do cérebro e que tem, infelizmente, um desenlace fatal", continuou o especialista.

"Os pacientes nos foram encaminhados para investigação quase que simultaneamente. Um deles acabamos de receber resultado que confirma esse diagnóstico [de DCJ]. O outro ainda estamos aguardando", afirmou Araújo.

Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

O neurologista Abelardo Araújo reforçou que DCJ não é a mesma doença conhecida como mal da vaca louca e não tem qualquer relação com o consumo de carnes bovinas.

"Ressalto que [esse caso confirmado] não se trata de doença da vaca louca. Trata-se de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), forma esporádica, que é uma doença neurodegenerativa, extremamente rara", disse.

A DCJ tem incidência de um caso a cada 1 milhão de habitantes e pode acontecer eventualmente na população de forma geral sem qualquer relação com a ingestão de carnes de boi, explicou o médico.

"[DCJ] não está relacionada ao consumo de carne bovina infectada pela doença da vaca louca. São coisas diferentes", apontou.