Europa volta ao epicentro da covid com mais da metade das mortes do mundo
A Europa voltou a ser o epicentro mundial da covid-19. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a região foi responsável por 55% das mortes e 63% dos novos casos de covid-19 no mundo durante a semana de 1 a 7 de novembro.
De acordo com um boletim divulgado pela OMS, na semana primeira semana de novembro, a Europa registrou 1.949.419 novos casos e 26.726 mortes pela doença. Os números representam aumentos de 7% nos testes positivos e 10% nos óbitos em relação à semana anterior.
Além de a Europa ter os maiores números absolutos e os maiores aumentos percentuais, tem também o maior número de novos casos e óbitos a cada 100 mil habitantes.
Foram 208,9 casos e 2,9 mortes a cada 100 mil pessoas. A região é seguida pelas Américas, com 68,6 testes positivos e 1,3 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Dos 61 países da Europa. 26, ou 42%, tiveram um aumento de 10% ou mais em novos casos na primeira semana de novembro. A Rússia, a Ucrânia e a Romênia são os países que tiveram mais mortes. A Rússia também está entre os com mais testes positivos, ao lado do Reino Unido e da Turquia.
Ainda durante a semana analisada, quando já era perceptível a piora nos indicadores dos países europeus, o diretor responsável da OMS para a região, Dr. Hans Henri P. Kluge, afirmou que "todos os países da Europa ou da Ásia Central estão enfrentando uma ameaça real do ressurgimento da covid-19, ou já estão lutando contra ele". Para ele, o ritmo de transmissão da doença na região inspira "grande preocupação".
Casos e mortes sobem mesmo com vacinação
Em coletiva de imprensa hoje, o diretor-geral da organização de saúde, Tedros Adhanom, reforçou o alerta e destacou que o aumento acontece tanto em países com grande cobertura vacinal, quanto nos que a vacinação está mais atrasada.
Este é outro lembrete, como já dissemos repetidamente, de que as vacinas não substituem a necessidade de outras precauções.
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS
Neste momento, as campanhas de vacinação bem-sucedidas atingem um platô antes dos meses de inverno e da temporada de gripe. Cerca de 65% da população do Espaço Econômico Europeu (EEE), que inclui União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega, recebeu duas doses, de acordo com dados da UE, mas o ritmo de vacinação diminuiu nos últimos meses.
A administração de vacinas em países do sul europeu está em cerca de 80%, mas a relutância freia a distribuição no centro e no leste da Europa e na Rússia.
Segundo o diretor-geral, a OMS segue recomendando uso "proporcional" de recursos como testagem e distanciamento social. "Com a combinação certa de medidas, é possível para os países encontrarem o equilíbrio entre manter a transmissão baixa e manter suas sociedades e economias abertas", pontuou.
*Com Estadão Conteúdo e Reuters
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