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SP espera resposta da Pfizer sobre vacinas para crianças e ameaça ir ao STF

Do UOL, em São Paulo

20/12/2021 11h06Atualizada em 20/12/2021 14h34

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que o governo deseja vacinar contra a covid-19 todas as crianças entre cinco e 11 anos. A gestão aguarda até o final desta tarde o retorno da Pfizer para saber se poderão adquirir os imunizantes diretamente com a farmacêutica, em vez de aguardar o repasse dos imunizantes pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).

Gorinchteyn detalhou ainda que, caso a farmacêutica não retorne de forma positiva sobre a venda direta de 9 milhões de doses, o governo pretende judicializar a causa no STF (Supremo Tribunal Federal).

Não podemos aguardar essa indefinição em um momento pandêmico. Dessa maneira, o próprio governador (de SP João Doria, do PSDB) solicitou que até a tarde de hoje nós devemos ter um posicionamento (da Pfizer). Caso ele seja negativo, nós entraremos, através da Procuradora-Geral do Estado, com uma ação no STF. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo

A fala foi dita pelo secretário de Saúde em entrevista ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL, e é contrária às medidas adotadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que declarou hoje não haver pressa para o aval sobre a imunização infantil contra o novo coronavírus.

Mais cedo, em entrevista à GloboNews, diante da negativa de Queiroga sobre a urgência da vacinação de crianças, Gorinchteyn retrucou, afirmando que a especialidade do ministro é cardiologia, e não infectologia.

Especialidade dele é cardiologia e a nossa é infectologia e saúde pública, e sabemos que, no Brasil, a mortalidade é 10 vezes maior que nos Estados Unidos, não só por comorbidades, mas também por crianças estarem em regiões de difícil acesso. É sim uma emergência, e é para agora, não é para daqui a pouco. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo

Na leitura do secretário, ao judicializar a questão em caso de negativa da Pfizer, o STF poderá garantir o recebimento imediato das doses ao estado.

"Recebemos um parecer do Ministério da Saúde de forma totalmente oficiosa [afirmando] que a Pfizer só teria 15 milhões de doses para oferecer a todo o país", explicou o secretário.

Na sequência, Gorinchteyn reforçou a importância da CoronaVac ser liberada para uso como dose de reforço no país, como ocorre fora do Brasil.

"Quanto antes tivermos um parecer da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), poderemos fazer composição da Pfizer com a CoronaVac", finalizou.

O UOL entrou em contato com a Pfizer para saber qual é o posicionamento da farmacêutica sobre a negociação e possibilidade de judicialização do caso e aguarda retorno.

Transmissão comunitária da ômicron

A transmissão comunitária da variante ômicron do coronavírus no estado de São Paulo é considerada como uma realidade pela Secretaria de Saúde.

Gorinchteyn disse que, apesar do avanço do número de casos, o sistema de saúde não está sobrecarregado devido à efetividade das vacinas no combate aos quadros mais graves da doença: "Vacinar significa proteger contra formas graves e mortes."

O secretário também fez um apelo à população para que o uso de máscaras seja adotado pelos brasileiros dentro do país e em possíveis viagens para o exterior.

"Todas as pessoas que estiverem indo ao exterior usem máscara e façam obrigatoriamente a vacinação completa, e as que podem tomar dose de reforço que assim o façam, assim estaremos protegendo a nossa vacinação", disse o secretário.

Uso obrigatório de máscaras até fim de janeiro de 2022

O uso obrigatório de máscaras de proteção contra a covid-19 no estado de São Paulo seguirá em vigor até 31 de janeiro de 2022. As informações também anunciadas na manhã de hoje, pelo secretário de Saúde do governo, em entrevista à GloboNews.

Doria assina hoje um decreto estendendo uso de máscaras até dia 31 de janeiro do próximo ano.
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo

A última atualização do governo de São Paulo sobre o uso obrigatório de máscaras ocorreu em 2 de dezembro. Na ocasião, o governo de João Doria retrocedeu na flexibilização, anunciada no final de novembro para ocorrer a partir do dia 5 de dezembro, por conta da confirmação do terceiro caso da variante ômicron na capital.