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Paraná e Pernambuco confirmam mortes por Influenza A H3N2

O surto de influenza avança pelo país e preocupa as autoridades de saúde - iStock
O surto de influenza avança pelo país e preocupa as autoridades de saúde Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

21/12/2021 07h32

Os estados do Paraná e Pernambuco confirmaram ontem as primeiras mortes por H3N2, cepa de influenza A (gripe) responsável pelo atual surto da doença no país. A informação foi confirmada pelas secretarias estaduais de saúde.

O surto de influenza avança pelo país e preocupa as autoridades de saúde. As duas maiores capitais brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, já veem as internações hospitalares crescerem pela doença nas últimas semanas.

No Paraná, segundo a pasta, foi registrado o óbito de uma mulher de 77 anos, com comorbidades, moradora de Maringá. Ela foi internada no dia 8 de dezembro e morreu no dia 11. A idosa havia tomado a vacina contra a influenza em outubro deste ano.

Além da morte, o estado confirmou 20 casos da Influenza H3N2 em ao menos 12 cidades.

"É importante deixar claro que o estado não está em surto de gripe. Não há motivo para pânico. Estes casos confirmados têm relação direta com a baixa adesão da população a vacinação, que embora não tenha sido desenvolvida para prevenir essa variante H3N2, aumenta a imunidade e dificulta a infecção pelas Síndromes Respiratórias Agudas Graves - SRAG", explicou o secretário de estado da Saúde, Beto Preto.

A cobertura vacinal para gripe está em 70,4% este ano — a meta estipulada é de, no mínimo, 90%. Devido à baixa adesão, a campanha foi estendida e muitos municípios ainda têm doses disponíveis.

Pernambuco

O governo de Pernambuco também confirmou, ontem, a primeira morte de paciente com Influenza A H3N2. Ele era paciente renal crônico e tinha 46 anos.

A morte do paciente ocorreu no domingo (19). Ele era morador do Recife.

Seundo a secretaria de saúde, o homem apresentou quadro de falta de ar no dia 9 de dezembro e buscou atendimento em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no dia seguinte, quando foi intubado e transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HAM (Hospital Agamenon Magalhães).

No total, são 43 casos no estado — 42 detectados por critério laboratorial e um por clínico-epidemiológico.

Os pacientes são de 14 cidades além de um de Niterói (RJ). Com isso, a pasta afirma que já há circulação comunitária no estado desse tipo de influenza, que circula de forma sazonal, ou seja, de tempos em tempos.

"Precisamos, neste momento, de uma atenção redobrada, principalmente para as crianças, os idosos e pessoas com comorbidades severas, já que são grupos com maior risco para agravamento pela influenza", ressaltou o secretário André Longo.

O que é o vírus H3N2?

O vírus H3N2 é um dos subtipos do vírus influenza A. Conhecido oficialmente como influenza A (H3N2), esse vírus é sazonal. Ele circula entre humanos desde uma pandemia em Hong Kong em 1968. Mas foi apenas a partir de 2005 que ele começou a circular pelo mundo mais frequentemente.

Embora a H3N2 tenha aparecido em Hong Kong, uma nova mutação foi identificada "há seis meses na Austrália", diz o virologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Luiz Proença Módena. A cepa foi batizada de Darwin em referência à cidade em que ela foi sequenciada.

A vacina da gripe protege contra o vírus H3N2?

Como os vírus influenza passam por mais mutações do que o coronavírus, as vacinas precisam mudar todos os anos para garantir eficácia. A vacina contra a gripe usada no Brasil já tem em sua composição a H3N2, mas não se trata da variante Darwin, a que agora circula no Rio e em São Paulo.

Mesmo assim, a vacina à disposição "ajuda a pelo menos reduzir hospitalização", diz Cristina Bonorino, imunologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). "Essa variante não está na vacina, mas a H3N2 está. Então a vacina tem alguma proteção."

Quem são as principais vítimas?

A variante atinge principalmente idosos e — ao contrário do coronavírus — crianças. Nesses grupos, a gripe pode ser ainda mais grave, resultando até em internação.

Quais os principais sintomas do vírus H3N2?

Os principais sintomas provocados pela Darwin são os mesmos da gripe comum: febre alta, dores nas articulações, nariz congestionado, tosse, inflamação na garganta e fortes dores de cabeça. Pode haver vômito e diarreia principalmente em crianças.

(*Com informações de Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo)