80 especialistas em saúde preparam defesa da vacina para consulta pública
Cerca de 80 especialistas em saúde elaboraram um documento em defesa da vacina contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, tema que será alvo de uma consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde. Ontem, a pasta informou que a consulta pública se iniciaria nesta quinta-feira (23), o que não ocorreu até 19h30.
O documento dos especialistas, que será encaminhado assim que o Ministério da Saúde der início à consulta pública, afirma que "não há controvérsias/dissenso na comunidade científica sobre a segurança e a eficácia desta vacina para a faixa etária estipulada" e também manifesta "contrariedade em conduzir a avaliação desta iniciativa por meio de consulta pública".
"A escolha por encaminhar uma consulta pública, após aval da Anvisa e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, abre caminho para o aumento da hesitação vacinal na população e para o fortalecimento do movimento antivacina no país", diz o texto.
"Em contexto de crise sanitária mundial, temas como este devem ser avaliados pelo Ministério da Saúde mediante consulta restrita às autoridades e sociedades técnico-científicas que possuem capacidade para tal", continua a publicação.
A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro. O imunizante autorizado nesta faixa etária é o da Pfizer, com uma apresentação diferente em relação à dose de adultos —por exemplo, aplicação de um volume menor. Países como Estados Unidos já estão vacinando crianças.
Entre os especialistas que assinam o documento, estão a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, recentemente considerada como uma das principais influenciadoras brasileiras na ciência, Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19, Roberto Kraenkel, do Observatório Covid-19, Jose Gallucci-Neto, médico psiquiatra da Universidade de São Paulo.
Argumentos técnicos
Os especialistas apontam"a necessidade crítica de iniciar com urgência" a vacinação de crianças de 5 a 11 anos para protegê-las contra a covid-19. "Dados publicados demonstram que crianças têm risco de desenvolver quadro clínico grave de covid-19, mesmo as que não apresentam comorbidade ou imunocomprometimento".
"A vacinação é segura, com baixíssimos riscos de eventos adversos e a melhor medida de combate à doença que temos neste momento", diz o texto.
Já sem a vacina, "as taxas de mortalidade por covid-19 em crianças e adolescentes no Brasil são substancialmente mais altas do que em países como os Estados Unidos e Reino Unido".
Levantamento feito na plataforma Sivep-Gripe, do Ministério da Saúde, aponta que o Brasil teve 6.163 casos de síndrome respiratória grave entre crianças de 5 a 11 anos desde o início da pandemia. Destes, 301 resultaram em mortes.
"A campanha de vacinação infantil terá impacto direto na diminuição de óbitos de crianças, sequelas advindas da doença e, além disso, impactos econômico e social positivos/relevantes ao diminuir o uso de leitos hospitalares e a transmissão do vírus no retorno às atividades escolares e encontros sociais", finalizam os especialistas.
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