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Bolsonaro responde a consulta para vacinação infantil e defende aval médico

14.dez.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) em conversa com apoiadores - Reprodução/Youtube/Foco do Brasil
14.dez.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) em conversa com apoiadores Imagem: Reprodução/Youtube/Foco do Brasil

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

24/12/2021 13h20Atualizada em 24/12/2021 14h14

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje ter participado da consulta pública aberta às 23h59 de ontem pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. A imunização para esta faixa etária com a aplicação de vacina específica da Pfizer foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro.

A enquete do Ministério da Saúde tem sido criticada por médicos e especialistas em saúde pública, que argumentam que a imunização ou não de brasileiros, independentemente da faixa etária, deve seguir critérios técnicos, sendo desnecessária a "opinião" de terceiros.

Bolsonaro também voltou a defender hoje que as doses só sejam aplicadas em crianças e adolescentes com a prescrição médica e o consentimento dos pais. A exigência é contestada por autoridades médicas, especialistas e setores da sociedade civil. Em reação à postura do governo federal, os secretários estaduais de Saúde afirmaram hoje que não vão exigir nenhum tipo de documento.

"Eu tenho uma filha de 11 anos [em referência a Laura, caçula da família]. (...) Acho que qualquer procedimento tem que passar pelas mãos do médico", declarou hoje o chefe do Executivo federal.

"Isso é uma coisa legal [em referência à consulta pública]. Já se faz isso naturalmente por aí. Inclusive, acabei de participar", completou. Segundo Bolsonaro, ele subscreveu a pesquisa na condição de "cidadão" (campo específico do formulário elaborado pelo ministério).

"Como cidadão dei minha opinião."

Bolsonaro não detalhou as respostas, mas o seu posicionamento quanto ao tema tem sido explicitado desde que a Pfizer, laboratório que já produzia vacina para adultos, solicitou à Anvisa autorização para comercializar uma versão do imunizante específico para a faixa etária de 5 a 11 anos.

O presidente se diz a favor da "liberdade de não se vacinar" e tem feito declarações, sem provas e/ou evidências concretas, que insinuam que a imunização poderia provocar efeitos adversos.

Três dias após a decisão da Anvisa, em 19 de dezembro, o governante afirmou considerar "inacreditável" o aval ao uso da vacina da Pfizer para crianças a partir dos 5 anos.

"Nem a tua [vacina] é obrigatória. É liberdade", disse Bolsonaro durante conversa com apoiadores, em Praia Grande (SP). "Criança é uma coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável."