Covid: Brasil fecha o ano com impacto de apagão e média de 97 mortes
Com uma média móvel de 97 mortes, hoje, o Brasil termina o ano de 2021 ainda sofrendo com a instabilidade nos dados da pandemia, principalmente, por conta do impacto do apagão de dados que aconteceu no começo do mês de dezembro.
Mais 85 brasileiros perderam suas vidas para a covid-19 nas últimas 24 horas, apontam os dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
O número total de mortes causadas pela doença no país é de 619.109. Até o momento, mais de 22,2 milhões de brasileiros já receberam o diagnóstico positivo para covid-19.
Os números de hoje não contam com os estados de Roraima e Tocantins. O Acre não registrou mortes.
Em nota, a secretaria de Saúde de Roraima ressaltou que os dados continuam instáveis por conta do apagão e que hoje, amanhã e no domingo (2) o estado não publicará boletim com os dados da pandemia. Na segunda-feira (3), a pasta promete divulgar um balanço atualizado.
Há mais de 20 dias o apagão de dados causado por ataques hackers a sites e plataformas do Ministério da Saúde persiste. Por conta dele, desde 10 de dezembro, há falhas na divulgação dos dados relacionados à doença.
A falta de dados precisos dificulta a análise dos cenário da covid-19 no país. De acordo com o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido no último dia 21. Ainda assim, alguns estados dizem estar enfrentando problemas.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje esperar os dados retornem à normalidade até a primeira quinzena de janeiro. Ele definiu a situação como uma "luta diária".
A média de mortes por dia é calculada a partir dos últimos sete dias. Essa é a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
No entanto, devido ao apagão de dados de covid, a variação não necessariamente espelha o que vem ocorrendo em cada estado.
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-25%)
- Minas Gerais: queda (-57%)
- Rio de Janeiro: queda (-17,7%)
- São Paulo: queda (-54%)
Região Norte
- Acre: estabilidade (0%)
- Amazonas: estabilidade (13%)
- Amapá: alta (600%)
- Pará: queda (-43%)
- Rondônia: queda (-16%)
- Roraima: não divulgou dados hoje
- Tocantins: não divulgou dados hoje
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-88%)
- Bahia: estabilidade (2%)
- Ceará: alta (41%)
- Maranhão: estabilidade (0%)
- Paraíba: estabilidade (0%)
- Pernambuco: estabilidade (4%)
- Piauí: queda (-36%)
- Rio Grande do Norte: queda (-53%)
- Sergipe: queda (-75%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-50%)
- Goiás: estabilidade (0%)
- Mato Grosso: alta (55%)
- Mato Grosso do Sul: estabilidade (0%)
Região Sul
- Paraná: queda (-46%)
- Rio Grande do Sul: queda (-57%)
- Santa Catarina: estabilidade (2%)
Brasil não sabe se ômicron avança no país
A ciência já indicou em estudos recentes que a variante ômicron da covid-19 deve ser mais transmissível — ou seja, infecta outras pessoas com mais facilidade — do que outras cepas. Nos últimos dias, em meio às festas de final de ano, a variante provocou um salto de novos casos nos EUA e no Reino Unido.
Mas, aqui no Brasil, não é possível saber se a variante tem causado salto de infecções e nem se pode desenhar um cenário confiável do comportamento do vírus no país. Com sistemas fora do ar e dados desatualizados, o mapeamento da doença que matou mais de 600 mil pessoas no Brasil está defasado.
A instabilidade nos sistemas do Ministério da Saúde não é um problema novo e ainda não foi corrigido apropriadamente. Em setembro, o UOL noticiou essa subnotificação enquanto a pasta do governo federal alegava alterações no sistema para "melhor atender ações de vigilância".
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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