Falta coordenação federal na vacinação de crianças, diz secretário da FNP
Municípios brasileiros estão prontos e aptos para vacinar crianças contra a covid-19, porém falta agilidade na entrega de doses infantis pelo Ministério da Saúde, segundo o secretário-executivo da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), Gilberto Perre.
Em entrevista ao UOL News, o representante do consórcio de gestores municipais criticou "informações desencontradas" à população a respeito da imunização de crianças contra a doença no país, além da ausência de uma coordenação nacional que realize campanhas informativas sobre a segurança da vacina.
Estudo realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e divulgado ontem indica que 80% dos pais brasileiros pretendem vacinar os filhos contra a covid-19. Perre, no entanto, vê com preocupação o número. "Não sei se é motivo de comemoração ou de lamentação os 20% dos pais que disseram que têm dúvida e não sabem se vão levar [os filhos para vacinar]", disse.
"Pessoas de 50 ou 60 anos tiveram colegas de infância que infelizmente foram acometidos pela paralisia infantil. Havia confiança na vacinação na década de 1970, com uma tecnologia muito mais rudimentar do que é hoje. Então, é pouco razoável que nós tenhamos esse montante bastante expressivo de 20% de pais em dúvida", acrescentou.
Segundo ele, além de toda a logística da vacinação em uma situação tão atípica como a da pandemia, prefeitos ainda precisam realizar um "trabalho de convencimento de pais" por falta de informações concentradas para a população em geral.
"[Falta] uma coordenação nacional do ponto de vista propositivo, como uma campanha pró-vacinação, e atos mais claros do governo federal, assim como já têm em estados e municípios, a favor da vacinação para o convencimento de pais e responsáveis", defendeu.
O secretário-executivo da FNP disse que a ausência dessa coordenação nacional para a vacinação reflete nos critérios de vacinação das crianças, por exemplo.
"Se tivéssemos uma coordenação nacional mais efetiva, os critérios [de imunização infantil] poderiam ser mais homogêneos. Tem município vacinando crianças de 10 e 11 anos com comorbidades, mas outros não. Outros, vacinam sem levar em consideração comorbidades ou só meninas, por exemplo. É uma confusão. A informação dessa forma dificulta o papel dos municípios em dialogar com a população."
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