Governo de SP atribui alta em casos e mortes pela covid ao Carnaval
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, atribuiu, durante coletiva de imprensa realizada hoje (16), o aumento de novos casos e mortes pela covid-19 no Estado a uma subnotificação dos registros por causa do Carnaval.
"Isso fez com que os dados de casos e mortes fossem colocados na semana passada, e não na retrasada", disse.
Na décima semana epidemiológica de 2022, que acabou no sábado (12), São Paulo registrou um aumento de 41,7% na média diária de novos casos de covid-19 —passou de 6.664 para 9.443, na comparação com a semana anterior. Já em relação às novas mortes, o aumento foi de 7% — de 108 para 116.
Os blocos de rua foram suspensos em diversas cidades. Na capital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou o adiamento do desfile das escolas de samba para o feriado de Tiradentes, em 21 de abril. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretou ponto facultativo na segunda e terça-feira de Carnaval —28 de fevereiro e 1º de março, respectivamente. Mesmo com a mudança no calendário, festas privadas estavam permitidas.
Avanço da vacinação e queda nas internações
Apesar disso, o governo estadual afirma que o avanço da vacinação contribuiu para que não houve uma "explosão" de infecções pela variante ômicron, considerada mais transmissível.
"Mesmo com circulação da [variante] ômicron, mais transmissível, a ciência e vacinação demonstraram que estamos no caminho correto", disse Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunizações).
Gorinchteyn destacou a queda de 77% nas internações pela doença causada pelo coronavírus. De acordo com ele, o Estado registra 31% de ocupação de leitos de UTI para covid —no período de pico de contaminação, o índice ultrapassou os 90%.
"Passando no nosso pico de internação pela variante ômicron, que aconteceu em 29 de janeiro, tinha 11.500 internados, passamos para 2.600 internados tanto em UTI quanto em enfermaria. Número bastante baixo", disse o secretário.
Os dados de internações são monitorados em tempo real por um sistema do governo paulista. Por isso, integrantes da gestão estadual consideram-no mais confiável para analisar o comportamento da doença no estado. Os números de casos e óbitos dependem dos sistemas municipais e federais, que costumam sofrer represamentos.
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