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Covid: Queiroga recua e diz que casos de deltacron estão em investigação

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que sequenciamento deve ser finalizado nos próximos dias - Reprodução/Twitter/minsaude
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que sequenciamento deve ser finalizado nos próximos dias Imagem: Reprodução/Twitter/minsaude

Do UOL, em São Paulo

16/03/2022 08h55Atualizada em 16/03/2022 12h58

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se corrigiu e disse que os casos de deltacron —variante do coronavírus que combina as cepas delta e ômicron — no país ainda estão em investigação. Na manhã de ontem, ele declarou que dois casos da nova mutação haviam sido confirmados no norte do país, no Pará e no Amapá.

"Pessoal, esclarecendo: os dois casos de deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificados ao Ministério da Saúde pelos estados", escreveu ele nas redes sociais, acrescentando que o sequenciamento deve ser finalizado nos próximos dias.

O ministro continuou, dizendo que, de qualquer forma, não há motivo para preocupação. "A OMS classificou a deltacron apenas como variante para monitoramento (Vum) e não a considerou como variante de interesse ou preocupação, como foi o caso da ômicron e da delta, por exemplo".

Antes, o ministro disse que os casos foram confirmados e os pacientes estavam sendo monitorados.

"Essa variante que seria uma junção da ômicron com a delta, a deltacron, que tem mais na França e alguns países da Europa, nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil", disse ele ontem a jornalistas.

"Nós monitoramos, isso é fruto do fortalecimento da capacidade de vigilância genômica no Brasil", continuou. "Essa variante é de importância, que requer monitoramento. As medidas são as mesmas, e se tivesse que indicar uma medida, é a aplicação da dose de reforço".

Imunidade

A deltacron foi identificada por pesquisadores franceses e confirmada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) na semana passada.

A perspectiva de uma cepa combinando duas das versões mais potentes do coronavírus até agora pode parecer assustadora, principalmente porque a delta era mais grave do que outras e a ômicron, altamente infecciosa.

Mas os cientistas enfatizam que agora há imunidade substancial na população humana contra ambas as variantes, então não há razão para pensar que isso representaria um risco maior.

Além disso, o caso identificado na França, na cidade de Soissons, foi rastreado em janeiro. Isso significa que já teria decolado se tivesse alguma vantagem —da maneira que a ômicron fez em novembro e dezembro.

Análise genética da deltacron

De acordo com a análise do código genético da "deltacron", sua "espinha dorsal" é derivada da variante delta, enquanto seu pico - a parte do vírus que se liga às células humanas - é da ômicron.

Os vírus recombinantes surgem quando um paciente é infectado com duas variantes ao mesmo tempo, e a combinação ocorre quando suas células se replicam juntas.

Autoridades de saúde do Reino Unido dizem que a variante não está ligada ao aumento de casos e internações hospitalares no país.

Maria van Kerkhove, líder técnica de covid da OMS (Organização Mundial da Saúde), declarou na semana passada que os recombinantes eram "esperados, especialmente com intensa circulação de ômicron e delta", e que sua equipe estava "rastreando e discutindo" a variante.

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, também publicou nas redes sociais: "Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de SARS CoV 2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia".