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Ministério da Saúde descarta deltacron no Amapá; caso no Pará é investigado

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista coletiva em Brasília - Mateus Bonomi/Reuters
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista coletiva em Brasília Imagem: Mateus Bonomi/Reuters

Colaboração para o UOL

18/03/2022 20h22Atualizada em 18/03/2022 20h27

O Ministério da Saúde descartou, hoje, a possibilidade de infecção por deltacron na cidade de Santana, no Amapá. Porém, uma suspeita de contaminação pela variante que combina características genéticas da delta e ômicron segue em investigação no Pará.

A conclusão da análise, feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL por meio da assessoria do Ministério da Saúde. Porém, por meio de nota enviada à reportagem, a Fiocruz afirma que os testes de análise da suspeita no Amapá ainda estão em andamento.

"O resultado, ainda sem prazo específico para finalização, será prontamente informado ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde local, de acordo com os protocolos de referência", diz o comunicado.

Na terça-feira (15), o Ministério da Saúde havia informado que o Brasil detectou dois casos confirmados de infecção pela deltacron, mas, no dia seguinte, a informação foi corrigida pelo ministro Marcelo Queiroga, que disse que os casos ainda estavam sendo investigados.

O que se sabe sobre a Deltacron

A deltacron, ao que tudo indica, surgiu na França, ainda em meados de janeiro. Agora, porém, já há relatos em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Os dados sobre a recombinação (junção de dois vírus) foram publicados na GISAID, base de dados internacional onde são depositados genomas de vírus, como os de variantes do Sars-CoV-2.

Segundo os pesquisadores, ela é uma mistura da delta e ômicron, ou, em outras palavras, um vírus recombinante. Por isso a escolha do nome.

Embora o recombinante seja considerado raro por grande parte dos especialistas, muitos acreditam que não há motivos para pânico, sobretudo, pelo avanço da vacinação. Portanto, caso você ainda não tenha tomado a segunda ou terceira dose da vacina, a hora é agora.

Mas vale dizer que essa cepa está circulando, pelo menos, desde janeiro e, aqui no Brasil, por exemplo, só foram detectados apenas dois casos. Isso significa que, talvez, ela não tenha capacidade de crescer exponencialmente.

O ministro Marcelo Queiroga avaliou a deltacron como uma variante de importância e que, como tal, requer monitoramento. "As variantes são classificadas como variantes de importância, variantes de preocupação, e as autoridades sanitárias estão aqui para, diante dessas situações, tranquilizar a população brasileira".

Desde sua descoberta, na França, a OMS (Organização Mundial da Saúde) segue monitorando a nova cepa de perto. "Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de Sars-CoV-2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia", disse no Twitter, Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS.