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CPI na Câmara de SP pede indiciamento dos donos da Prevent Senior

Fachada de prédio da Prevent Senior, empresa alvo de diversas investigações, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo - Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Fachada de prédio da Prevent Senior, empresa alvo de diversas investigações, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo Imagem: Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Caio Mello

Do UOL, em São Paulo

04/04/2022 15h52Atualizada em 04/04/2022 15h52

Vereadores aprovaram, na última sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Prevent Senior na Câmara Municipal de São Paulo, o relatório que pede o indiciamento de 20 pessoas, entre elas os donos da operadora de saúde, Eduardo e Fernando Parrillo, e do ex-diretor executivo da empresa, Pedro Batista Junior.

Agora, as denúncias contidas no relatório serão encaminhadas ao Ministério Público, que pode continuar ou não com os indiciamentos criminais.

Entre as acusações estão crimes de homicídio, tentativa de homicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, crime contra a humanidade, falsidade ideológica e omissão de socorro.

CPI na Câmara Municipal de São Paulo

A criação de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo foi aprovada seis meses atrás, no dia 30 de setembro de 2021, e buscava investigar os supostos crimes cometidos pela operadora de saúde contra pacientes durante a pandemia de covid-19.

Antes, a comissão no Senado Federal havia apurado relatos sobre o uso de medicamentos sabidamente ineficazes contra o coronavírus, do chamado "Kit Covid", muitas das vezes sem conhecimento dos familiares e dos pacientes. Até mesmo atestados de óbitos teriam sido modificados para ocultar esse uso e suas consequências.

A Câmara dos Vereadores decidiu, então, criar a CPI tendo em vista que as denúncias contra a Prevent Senior no Senado não seriam investigadas em tempo hábil pelo Congresso.

O presidente e requerente da CPI foi o vereador Antonio Donato (PT), com a vice-presidência ocupada por Celso Giannazi (PSOL). A Comissão contou ainda com a relatoria do médico Paulo Frange (PTB) e a participação do biomédico Milton Ferreira (Podemos).

Prevent Senior

A Prevent Senior já é acusada de assédio moral e exposição de funcionários ao coronavírus no Ministério Público do Trabalho, além de responder por denúncias de pejotização de médicos (prática ilegal) e assédio sexual. Na área criminal, o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil investigam em conjunto supostos homicídios, falsidade ideológica e omissão de notificação de doença obrigatória às autoridades.

Procurada pelo UOL, a Prevent Senior enviou a seguinte nota:

"A Prevent Senior contesta o relatório, as sugestões de indiciamentos e reafirma ter total interesse em que investigações técnicas, sem contornos políticos, possam restabelecer a verdade dos fatos.

A direção da Prevent Senior, seus mais de 3 mil médicos e 12 mil colaboradores seguirão trabalhando para prestar atendimento de excelência aos seus mais de 550 mil beneficiários, como tem feito ao longo dos seus 25 anos de existência, sem qualquer vínculo político."