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Covid: Média móvel de mortes fica abaixo de 100 após mais de três meses

Brasil tem mais de 30,2 milhões de casos registrados de covid-19, segundo o Ministério da Saúde - Rovena Rosa/Agência Brasil
Brasil tem mais de 30,2 milhões de casos registrados de covid-19, segundo o Ministério da Saúde Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Isabella Cavalcante, Hygino Vasconcellos e Ricardo Espina

Do UOL e Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC) e em São Paulo

18/04/2022 19h10

Após mais de três meses, o Brasil voltou a registrar média móvel de mortes pela covid-19 abaixo de cem. Desde o início da pandemia, a marca só foi atingida em outros 27 dias. Hoje, a média ficou em 98 óbitos, o que não era visto desde 5 de janeiro.

Nas últimas 24 horas, ocorreram 65 mortes e, com isso, já chega a 662.076 o total de vidas perdidas para a doença. As informações são do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

A média móvel é calculada a partir da média de mortes - ou de casos -, dos últimos sete dias. O índice é considerado por especialistas como a maneira mais confiável para acompanhar o avanço ou o retrocesso da pandemia.

Pelo 53º dia seguido, a média móvel de mortes apresenta tendência de queda (-47%) . Todas as regiões do país acompanham o cenário nacional de redução do indicador: Centro-Oeste (-39%), Nordeste (-16%), Norte (-51%), Sudeste (-36%) e Sul (-51%).

Na análise pormenorizada, 21 estados e o Distrito Federal tiveram queda na média de mortes pela covid. Já Roraima e Tocantins registraram estabilidade, ambos com 0%. Enquanto o Espírito Santo (92%), Amazonas (33%) e Paraná (107%) apresentaram aumento na média de óbitos.

Este cálculo compara a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. Se o valor ficar acima de 15%, indica tendência de alta; abaixo de -15%, queda; entre 15% e -15%, significa estabilidade.

Também da noite de ontem para a de hoje, o país teve 10.393 novos testes positivos para o coronavírus. Com isso, já foram notificados 30.258.475 testes positivos para coronavírus desde o início da pandemia.

A média móvel de casos conhecidos está há 29 dias em tendência de redução (-36%), com todas as regiões do país acompanhando esse cenário. Já entre as unidades da federação 21 registram queda, três têm estabilidade e outras três, aumento.

Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no DF:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: alta (92%)
  • Minas Gerais: queda (-62%)
  • Rio de Janeiro: queda (-62%)
  • São Paulo: queda (-60%)

Região Norte

  • Acre: queda (-100%)
  • Amazonas: alta (33%)
  • Amapá: queda (-100%)
  • Pará: queda (-29%)
  • Rondônia: queda (-80%)
  • Roraima: estabilidade (0%)
  • Tocantins: estabilidade (0%)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-41%)
  • Bahia: queda (-27%)
  • Ceará: queda (-42%)
  • Maranhão: queda (-100%)
  • Paraíba: queda (-83%)
  • Pernambuco: queda (-20%)
  • Piauí: queda (-50%)
  • Rio Grande do Norte: queda (-40%)
  • Sergipe: queda (-67%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: queda (-17%)
  • Goiás: queda (-36%)
  • Mato Grosso: queda (-60%)
  • Mato Grosso do Sul: queda (-65%)

Região Sul

  • Paraná: alta (107%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-54%)
  • Santa Catarina: queda (-19%)

Queiroga anuncia fim do estado de emergência

Ontem à noite, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que acabaria com a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), decretada pelo governo federal em março de 2020 para conter o coronavírus.

O estado de emergência possibilita a compra de materiais hospitalares por bens públicos com mais celeridade, além da aplicação emergencial de vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) — é o caso da CoronaVac, que ainda depende deste aval de emergência para ser aplicada no país.

"Graças a melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e a capacidade de assistência do SUS [Sistema Único de Saúde], temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin. Nos próximos dias será editado um ato normativo disciplinando a decisão", afirmou o ministro.

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) enviarão um documento para o Ministério da Saúde amanhã para pedir que a pasta conceda um período de transição de 90 dias antes de decretar o fim do estado de emergência pela covid-19. A informação foi confirmada ao UOL pelo Conass.

"Nós entendemos que é necessário esse período de transição porque temos uma normatização não só dentro do ministério, mas nos municípios, criadas com base nessa portaria [de decreto de emergência] de fevereiro de 2020", afirmou Williames Freire, presidente do Conasems.

Dados do Ministério

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 66 novas mortes provocadas pela covid-19, conforme dados divulgados hoje (18) pelo Ministério da Saúde. Desde o começo da pandemia, a doença causou 662.026 óbitos em todo o país.

Pelos números do ministério, houve 8.470 casos confirmados de covid-19 entre ontem e hoje, elevando para 30.261.088 o total de infectados desde março de 2020.

Segundo o governo federal, houve 29.262.483 casos recuperados da doença até o momento, com outros 336.579 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.