Covid: Média móvel de mortes fica abaixo de 100 após mais de três meses
Após mais de três meses, o Brasil voltou a registrar média móvel de mortes pela covid-19 abaixo de cem. Desde o início da pandemia, a marca só foi atingida em outros 27 dias. Hoje, a média ficou em 98 óbitos, o que não era visto desde 5 de janeiro.
Nas últimas 24 horas, ocorreram 65 mortes e, com isso, já chega a 662.076 o total de vidas perdidas para a doença. As informações são do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.
A média móvel é calculada a partir da média de mortes - ou de casos -, dos últimos sete dias. O índice é considerado por especialistas como a maneira mais confiável para acompanhar o avanço ou o retrocesso da pandemia.
Pelo 53º dia seguido, a média móvel de mortes apresenta tendência de queda (-47%) . Todas as regiões do país acompanham o cenário nacional de redução do indicador: Centro-Oeste (-39%), Nordeste (-16%), Norte (-51%), Sudeste (-36%) e Sul (-51%).
Na análise pormenorizada, 21 estados e o Distrito Federal tiveram queda na média de mortes pela covid. Já Roraima e Tocantins registraram estabilidade, ambos com 0%. Enquanto o Espírito Santo (92%), Amazonas (33%) e Paraná (107%) apresentaram aumento na média de óbitos.
Este cálculo compara a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. Se o valor ficar acima de 15%, indica tendência de alta; abaixo de -15%, queda; entre 15% e -15%, significa estabilidade.
Também da noite de ontem para a de hoje, o país teve 10.393 novos testes positivos para o coronavírus. Com isso, já foram notificados 30.258.475 testes positivos para coronavírus desde o início da pandemia.
A média móvel de casos conhecidos está há 29 dias em tendência de redução (-36%), com todas as regiões do país acompanhando esse cenário. Já entre as unidades da federação 21 registram queda, três têm estabilidade e outras três, aumento.
Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no DF:
Região Sudeste
- Espírito Santo: alta (92%)
- Minas Gerais: queda (-62%)
- Rio de Janeiro: queda (-62%)
- São Paulo: queda (-60%)
Região Norte
- Acre: queda (-100%)
- Amazonas: alta (33%)
- Amapá: queda (-100%)
- Pará: queda (-29%)
- Rondônia: queda (-80%)
- Roraima: estabilidade (0%)
- Tocantins: estabilidade (0%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-41%)
- Bahia: queda (-27%)
- Ceará: queda (-42%)
- Maranhão: queda (-100%)
- Paraíba: queda (-83%)
- Pernambuco: queda (-20%)
- Piauí: queda (-50%)
- Rio Grande do Norte: queda (-40%)
- Sergipe: queda (-67%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-17%)
- Goiás: queda (-36%)
- Mato Grosso: queda (-60%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-65%)
Região Sul
- Paraná: alta (107%)
- Rio Grande do Sul: queda (-54%)
- Santa Catarina: queda (-19%)
Queiroga anuncia fim do estado de emergência
Ontem à noite, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que acabaria com a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), decretada pelo governo federal em março de 2020 para conter o coronavírus.
O estado de emergência possibilita a compra de materiais hospitalares por bens públicos com mais celeridade, além da aplicação emergencial de vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) — é o caso da CoronaVac, que ainda depende deste aval de emergência para ser aplicada no país.
"Graças a melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e a capacidade de assistência do SUS [Sistema Único de Saúde], temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin. Nos próximos dias será editado um ato normativo disciplinando a decisão", afirmou o ministro.
O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) enviarão um documento para o Ministério da Saúde amanhã para pedir que a pasta conceda um período de transição de 90 dias antes de decretar o fim do estado de emergência pela covid-19. A informação foi confirmada ao UOL pelo Conass.
"Nós entendemos que é necessário esse período de transição porque temos uma normatização não só dentro do ministério, mas nos municípios, criadas com base nessa portaria [de decreto de emergência] de fevereiro de 2020", afirmou Williames Freire, presidente do Conasems.
Dados do Ministério
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 66 novas mortes provocadas pela covid-19, conforme dados divulgados hoje (18) pelo Ministério da Saúde. Desde o começo da pandemia, a doença causou 662.026 óbitos em todo o país.
Pelos números do ministério, houve 8.470 casos confirmados de covid-19 entre ontem e hoje, elevando para 30.261.088 o total de infectados desde março de 2020.
Segundo o governo federal, houve 29.262.483 casos recuperados da doença até o momento, com outros 336.579 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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