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PF mira suposto desvio em compra no Consórcio Nordeste, que cita fraude

Atendimento de pacientes na UTI Covid do Hospital de Campanha AME Barradas, em Heliópolis, na zona sul de São Paulo - Mister Shadow/Estadão Conteúdo
Atendimento de pacientes na UTI Covid do Hospital de Campanha AME Barradas, em Heliópolis, na zona sul de São Paulo Imagem: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

Caíque Alencar

Do UOL, em São Paulo

26/04/2022 08h47Atualizada em 26/04/2022 12h09

A PF (Polícia Federal) deflagrou hoje uma operação para investigar supostos desvios na compra de ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste na fase do pico inicial da pandemia da covid-19 no Brasil. Segundo a corporação, a operação mira possíveis irregularidades na aquisição de 300 equipamentos.

A operação, que recebeu o nome de Cianose, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia e no Distrito Federal. Todos eles foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e as buscas também contaram com a participação de auditores da CGU (Controladoria Geral da União).

De acordo com a PF, o processo de aquisição que se seguiu contou com diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim do processo, a PF diz que nenhum respirador foi entregue.

Ainda segundo a corporação, os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.

Procurado pelo UOL, o Consórcio Nordeste disse que as compras dos respiradores foram um "processo administrativo que observou todos os requisitos legais" e chamou de "fraude" a atuação de empresários no negócio para a compra dos respiradores.

"O Consórcio foi vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário, através de ação judicial que resultou na prisão desses empresários e no bloqueio de seus bens", afirmou o órgão.

A entidade disse ainda que "segue aguardando a apuração desse crime, o julgamento e punição dos responsáveis e a devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados".