Covid: Brasil está há nove dias com média diária de mortes acima de 100
Neste domingo (22), o Brasil completou nove dias seguidos com uma média diária de mortes pela covid-19 acima de 100. O índice, calculado a partir dos dados dos últimos sete dias, ficou em 102. As informações são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Também hoje teve fim o estado de emergência sanitária pela covid, que havia sido decretado pelo governo federal em fevereiro de 2020. Isso não significa que a pandemia acabou, mas sim que houve mudanças nas regras que a administração pública deve seguir para enfrentar o problema.
Neste momento, o cenário da pandemia no Brasil é de alta. Este domingo foi o sexto dia seguido em que o país apresentou tendência de aceleração na média diária de mortes. Hoje, foram 21% mais óbitos do que 14 dias atrás.
Quando o valor fica acima de 15%, indica tendência de alta. Abaixo de -15%, indica queda; entre 15% e -15%, apresenta estabilidade.
A média é vista por especialistas como a forma mais confiável para entender o momento da pandemia. Isso ocorre porque a média corrige as quedas artificiais nos dados registradas aos fins de semana — na verdade, o que ocorre é que muitos dados dos fins de semana só são registrados nos primeiros dias úteis da semana.
É o que aconteceu neste domingo. Nas últimas 24 horas, foram notificados apenas 23 novos óbitos pela doença.
Até agora, 665.680 pessoas morreram com covid-19 no Brasil desde o início da pandemia.
Onze estados não registraram novas mortes: AC, AL, AM, AP, ES, MS, PI, RS, RN, RO e SE.
Outras sete unidades federativas não atualizaram os dados: MG, TO, GO, DF, MA, RJ e RR; as quatro últimas não divulgam atualizações aos finais de semana.
Desde ontem foram feitos 6.315 novos diagnósticos do coronavírus, elevando o total de infecções contabilizadas no país para 30.786.343.
A média de novos diagnósticos por dia está em 14.644, o que representa um cenário de estabilidade (-10%) há quatro dias.
Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no DF:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (100%)
- Minas Gerais: não divulgou atualizações
- Rio de Janeiro: não divulgou atualizações
- São Paulo: alta (114%)
Região Norte
- Acre: estabilidade (0%)
- Amazonas: estabilidade (0%)
- Amapá: estabilidade (0%)
- Pará: estabilidade (-13%)
- Rondônia: queda (-150%)
- Roraima: não divulgou atualizações
- Tocantins: não divulgou atualizações
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-100%)
- Bahia: alta (56%)
- Ceará: estabilidade (2%)
- Maranhão: não divulgou atualizações
- Paraíba: queda (-20%)
- Pernambuco: queda (-16%)
- Piauí: alta (100%)
- Rio Grande do Norte: queda (-95%)
- Sergipe: queda (-50%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: não divulgou atualizações
- Goiás: não divulgou atualizações
- Mato Grosso: alta (50%)
- Mato Grosso do Sul: alta (40%)
Região Sul
- Paraná: alta (49%)
- Rio Grande do Sul: alta (27%)
- Santa Catarina: alta (25%)
Dados do governo
O Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 99 novas mortes e 12.613 novos casos conhecidos. Desde o começo da pandemia, a doença deixou 665.627 óbitos e 30.791.220 infectados.
O governo federal estima 29,832.019 casos recuperados da doença, com outros 293.574 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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