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Covid: Brasil está há nove dias com média diária de mortes acima de 100

Brasil já registrou mais de 665 mil mortes causadas pela covid-19, segundo o Ministério da Saúde - Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo
Brasil já registrou mais de 665 mil mortes causadas pela covid-19, segundo o Ministério da Saúde Imagem: Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo
Juliana Arreguy e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

22/05/2022 18h10Atualizada em 20/07/2022 19h31

Neste domingo (22), o Brasil completou nove dias seguidos com uma média diária de mortes pela covid-19 acima de 100. O índice, calculado a partir dos dados dos últimos sete dias, ficou em 102. As informações são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Também hoje teve fim o estado de emergência sanitária pela covid, que havia sido decretado pelo governo federal em fevereiro de 2020. Isso não significa que a pandemia acabou, mas sim que houve mudanças nas regras que a administração pública deve seguir para enfrentar o problema.

Neste momento, o cenário da pandemia no Brasil é de alta. Este domingo foi o sexto dia seguido em que o país apresentou tendência de aceleração na média diária de mortes. Hoje, foram 21% mais óbitos do que 14 dias atrás.

Quando o valor fica acima de 15%, indica tendência de alta. Abaixo de -15%, indica queda; entre 15% e -15%, apresenta estabilidade.

A média é vista por especialistas como a forma mais confiável para entender o momento da pandemia. Isso ocorre porque a média corrige as quedas artificiais nos dados registradas aos fins de semana — na verdade, o que ocorre é que muitos dados dos fins de semana só são registrados nos primeiros dias úteis da semana.

É o que aconteceu neste domingo. Nas últimas 24 horas, foram notificados apenas 23 novos óbitos pela doença.

Até agora, 665.680 pessoas morreram com covid-19 no Brasil desde o início da pandemia.

Onze estados não registraram novas mortes: AC, AL, AM, AP, ES, MS, PI, RS, RN, RO e SE.

Outras sete unidades federativas não atualizaram os dados: MG, TO, GO, DF, MA, RJ e RR; as quatro últimas não divulgam atualizações aos finais de semana.

Desde ontem foram feitos 6.315 novos diagnósticos do coronavírus, elevando o total de infecções contabilizadas no país para 30.786.343.

A média de novos diagnósticos por dia está em 14.644, o que representa um cenário de estabilidade (-10%) há quatro dias.

Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no DF:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (100%)
  • Minas Gerais: não divulgou atualizações
  • Rio de Janeiro: não divulgou atualizações
  • São Paulo: alta (114%)

Região Norte

  • Acre: estabilidade (0%)
  • Amazonas: estabilidade (0%)
  • Amapá: estabilidade (0%)
  • Pará: estabilidade (-13%)
  • Rondônia: queda (-150%)
  • Roraima: não divulgou atualizações
  • Tocantins: não divulgou atualizações

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-100%)
  • Bahia: alta (56%)
  • Ceará: estabilidade (2%)
  • Maranhão: não divulgou atualizações
  • Paraíba: queda (-20%)
  • Pernambuco: queda (-16%)
  • Piauí: alta (100%)
  • Rio Grande do Norte: queda (-95%)
  • Sergipe: queda (-50%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: não divulgou atualizações
  • Goiás: não divulgou atualizações
  • Mato Grosso: alta (50%)
  • Mato Grosso do Sul: alta (40%)

Região Sul

  • Paraná: alta (49%)
  • Rio Grande do Sul: alta (27%)
  • Santa Catarina: alta (25%)

Dados do governo

O Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 99 novas mortes e 12.613 novos casos conhecidos. Desde o começo da pandemia, a doença deixou 665.627 óbitos e 30.791.220 infectados.

O governo federal estima 29,832.019 casos recuperados da doença, com outros 293.574 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.