Ministério da Saúde confirma terceiro caso de varíola dos macacos no Brasil
O ministério da Saúde confirmou neste domingo (12) o terceiro caso de varíola dos macacos no Brasil. O paciente, um homem de 51 anos, está em isolamento em Porto Alegre, e seu estado de saúde é estável.
De acordo com o comunicado, o paciente viajou para Portugal e voltou ao Brasil na última sexta-feira (12). O homem está em casa, e sendo monitorado pelas secretarias de Saúde de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
"Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de monkeypox, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)", diz a nota do ministério da Saúde.
Os outros dois casos confirmados foram no estado de São Paulo. O mais recente, notificado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, trata-se de um homem de 29 anos que mora em Vinhedo, no interior, onde está isolado. A Vigilância Epidemiológica do município e o estado estão monitorando o paciente e seus respectivos contatos.
O primeiro caso da doença no país foi confirmado na quinta-feira (9). É um morador da capital paulista, de 41 anos, que está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas "com boa evolução do quadro clínico", segundo a SES. Ele tem histórico de viagem para a Espanha e Portugal.
Outros casos em investigação
Ontem, a Secretaria da Saúde de Minas Gerais informou que foi notificada a morte de uma pessoa por suspeita de varíola dos macacos. Não foram informados detalhes de idade e sexo do paciente, que residia em Uberlândia e trabalhava em Araguari, ambas no Triângulo Mineiro, de acordo com o governo
Também no sábado (11), o Maranhão notificou o primeiro caso suspeito no estado. A Secretaria de Estado da Saúde informou que o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão iniciou a análise das amostras. O paciente é um homem de 30 anos, residente em São Luís, internado no último dia 8 de junho na rede pública municipal.
No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde investiga um possível caso em Macaé. O paciente tem 43 anos, trabalha embarcado em uma plataforma de petróleo, e relata ter tido contato com pessoas de outros países. O homem está internado em um hospital particular da cidade, isolado e estável.
No país também há casos suspeitos em Pacatuba (CE), Blumenau (SC), Dionísio Cerqueira (SC), e Rio Crespo (RO) onde há duas suspeitas. Um outro caso, que estava sendo acompanhado no Mato Grosso do Sul foi descartado.
Como acontece a contaminação
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser exemplo pelo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado.
"A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões", informou o governo de São Paulo, em nota.
Prevenção
- Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;
- Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente;
- Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.
Conheça os sintomas
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais. Leia mais nesta reportagem do UOL.
Risco de morte é baixo
A varíola dos macacos pode ser letal, mas o risco é baixo. Existem dois grupos distintos do vírus da doença circulando no mundo, agrupados com base em suas características genéticas: um predominantemente em países da África Central — com taxa de fatalidade de cerca de 10% —, e outro circulando na África Ocidental, com taxa bem menor, de 1%.
A vigilância genômica ainda incipiente mostra que o vírus em circulação fora do continente africano é o menos letal.
Complicações podem ocorrer, principalmente infecções bacterianas secundárias da pele ou dos pulmões, que podem evoluir para sepse e morte ou disseminação do vírus para o sistema nervoso central, gerando um quadro de inflamação cerebral grave chamado encefalite, que pode ter sequelas sérias ou levar ao óbito.
Além disso, como toda doença viral aguda, a depender do estado imunológico do paciente e das condições e acesso à assistência médica adequada, alguns casos podem levar à morte.
Vacina da varíola humana protege
Estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a varíola de macacos em até 85%. Isso porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles. Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.
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