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Saúde confirma 8º caso de varíola dos macacos; veja em quais estados

Rio de Janeiro confirma novo caso de varíola dos macacos em homem residente do município de Maricá - iStock
Rio de Janeiro confirma novo caso de varíola dos macacos em homem residente do município de Maricá Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

20/06/2022 07h49Atualizada em 20/06/2022 14h40

O Ministério da Saúde foi notificado ontem sobre um novo caso de varíola dos macacos no município de Maricá, no Rio de Janeiro. É o segundo registrado no estado.

Ao todo, o Brasil registra oito casos confirmados para a varíola dos macacos. São:

  • quatro em São Paulo;
  • dois no Rio Grande do Sul;
  • dois no Rio de Janeiro.

Outros seis casos suspeitos estão em investigação, de acordo com o Ministério da Saúde — a pasta, porém, não divulgou em quais estados.

A confirmação do oitavo caso foi realizada pelo Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz, por meio do método de isolamento viral.

O paciente é um homem de 25 anos, que não tem histórico de viagem para o exterior, mas relatou contato com estrangeiros. Segundo nota do Ministério da Saúde, o paciente apresenta quadro clínico estável, sem complicações.

O homem está sendo monitorado pelo Instituto Nacional de Infectologia e pelas Secretarias de Saúde do Rio de Janeiro e de Maricá. O Ministério da Saúde diz que todas as medidas de controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de um caso suspeito, com isolamento do paciente e rastreamento de contatos.

Na última terça-feira (14), o diretor-chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que convocou o comitê de emergência da entidade para uma reunião em 23 de junho para debater o crescente número de infecções em todo o mundo. A OMS avalia se vai declarar a disseminação de casos de varíola dos macacos uma emergência de saúde global.

Como acontece a contaminação

A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser, por exemplo, por abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado.

"A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões", informou o governo de São Paulo, em nota.

Prevenção

  • Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;
  • Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente;
  • Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.

Conheça os sintomas

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Risco de morte é baixo

A varíola dos macacos pode ser letal, mas o risco é baixo. Existem dois grupos distintos do vírus da doença circulando no mundo, agrupados com base em suas características genéticas: um predominantemente em países da África Central — com taxa de fatalidade de cerca de 10% —, e outro circulando na África Ocidental, com taxa bem menor, de 1%.

A vigilância genômica ainda incipiente mostra que o vírus em circulação fora do continente africano é o menos letal.

Complicações podem ocorrer, principalmente infecções bacterianas secundárias da pele ou dos pulmões, que podem evoluir para sepse e morte ou disseminação do vírus para o sistema nervoso central, gerando um quadro de inflamação cerebral grave chamado encefalite, que pode ter sequelas sérias ou levar ao óbito.

Além disso, como toda doença viral aguda, a depender do estado imunológico do paciente e das condições e acesso à assistência médica adequada, alguns casos podem levar à morte.

Vacina da varíola humana protege

Estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a varíola de macacos em até 85%. Isso porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles.

Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral. No último dia 14, a OMS passou a recomendar a vacinação contra a varíola, mas apenas para grupos prioritários, ou seja, para pessoas que tiveram contato com quem teve a doença e profissionais de saúde.