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Ministério da Saúde confirma 266 casos de varíola dos macacos no Brasil

Vírus da varíola dos macacos - iStock
Vírus da varíola dos macacos Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

13/07/2022 15h41

O balanço mais atualizado do Ministério da Saúde aponta que chegou a 266 o número de casos conhecidos de varíola dos macacos, também chamada de monkeypox.

Os estado da Bahia e de Pernambuco registraram seus primeiros casos da doença, porém eles não estão contabilizados nos casos oficiais ainda, pois somente no final do dia a pasta reúne os dados das secretarias de saúde estaduais.

O caso da Bahia foi confirmado hoje pela Secretaria de Saúde do estado e o paciente está isolado. Já o caso de Pernambuco foi confirmado ontem e se trata de um homem, de 25 anos, que na realidade mora de Guarulhos, em São Paulo, mas está no estado nordestino desde o dia 23.

Dentro dos casos confirmados, 196 são procedentes do estado de São Paulo, 37 do Rio de Janeiro, 18 de Minas Gerais, três do Paraná, três do Rio Grande do Sul, três do Ceará, três do Rio Grande do Norte, dois Goiás e um do Distrito Federal.

Em nota o Ministério afirmou que "Por meio da Sala de Situação e CIEVS Nacional, segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes".

Apesar disso, essa semana o grupo emergencial para tratar da doença no Brasil foi dissolvido, após durar 50 dias. O objetivo do comitê era "elaborar documentos técnicos para fomentar ações de saúde pública" e impedir a disseminação da doença viral no país.

Ainda de acordo com o último informe da pasta, há 116 casos suspeitos que estão sendo analisados.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 3 mil novos casos foram confirmados nos últimos dias, totalizando mais de 9 mil casos conhecidos no mundo todo, divididos em 63 países. O comitê responsável da entidade ainda não quis declarar emergência de saúde pública de alcance internacional, porém, o grupo pode reavaliar a decisão após nova reunião, marcada para oo dia 18 de julho.

Sobre a doença

A varíola dos macacos é uma zoonose viral, isto é, uma doença infecciosa que passa de animais para humanos, causada pelo vírus de mesmo nome. Este vírus é membro da família de Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola, doença já erradicada entre os seres humanos.

Ela foi identificada pela primeira vez em 1958 entre macacos de laboratório. O primeiro caso em humanos foi notificado em 1970, na República Democrática do Congo, e desde então a doença tem sido detectada em países nas regiões central e ocidental da África, sendo considerada endêmica lá, ou seja, com incidência relativamente constante ao longo dos anos.

Somente em 2003 a doença foi registrada fora daquele continente, após um surto nos Estados Unidos.

Como sintomas, a doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe. Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem as lesões cutâneas (na pele), que são chamadas de exantema ou manchas vermelhas. Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo. Elas vêm acompanhadas de coceira e aumento dos gânglios cervicais.

Os casos atuais têm apresentado alguns elementos atípicos, como a ausência dos sintomas de mal-estar iniciando o quadro clínico, e também a manifestação do exantema que começa na área genital e perianal e pode não se espalhar para outras partes do corpo.

A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas. Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório.

A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos contaminados com fluídos das lesões do paciente infectado —isso inclui contato a pele ou material que teve contato com a pele, por exemplo as toalhas ou lençóis usados por alguém doente.

O tempo de incubação, ou seja, intervalo entre o contato com uma pessoa infectada e o aparecimento do primeiro sintoma, é entre 5 e 21 dias.

O diagnóstico definitivo requer teste de laboratório específico, o PCR que detecta o vírus nas lesões de pele. Clínicas privadas começam a se movimentar para oferecer esse tipo de teste.

*Com informações de Estadão Conteúdo