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'Brasil fez o dever de casa', afirma Queiroga sobre varíola dos macacos

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - Walterson Rosa/MS
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga Imagem: Walterson Rosa/MS

Colaboração para o UOL, em Maceió*

25/07/2022 21h37Atualizada em 25/07/2022 22h08

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que o Brasil "fez o dever de casa" e está preparado para lidar com o surto de varíola dos macacos, que já infectou mais de 800 pessoas no país.

Hoje, durante a abertura do workshop sobre vigilância em saúde promovido pelo ministério, Queiroga pontuou que, desde a confirmação do primeiro caso da doença no país, a pasta se equipou para diagnosticá-la e, atualmente, conta com quatro laboratórios aptos para esse serviço.

"Desde o início começamos a fazer o diagnóstico e o acesso ao diagnóstico está disponível. Fizemos alertas para as secretarias estaduais de saúde e para as secretarias municipais. Os casos são identificados e são isolados", declarou.

Os laboratórios equipados para o diagnóstico da doença são o Adolfo Lutz, em São Paulo, a Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, além da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e do laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

No workshop, Marcelo Queiroga também disse que não quer "estar vivo para ver outra catástrofe sanitária como a covid-19", que paralisou o mundo por praticamente dois anos. Ainda, o ministro pontuou que o vírus pode infectar qualquer um, mas, "sobretudo, homens que fazem sexo com homens".

"Essa fala não é para estigmatizar ninguém, apenas não pode se obscurecer que essa é uma realidade", disse.

Ministério cogita comitê de segurança

Na semana passada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou emergência sanitária global devido ao aumento no número de diagnósticos da doença. Agora, o secretário de vigilância do ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, declarou que a pasta cogita criar um comitê de segurança dedicado especificamente à moléstia no Brasil.

"Nós estamos analisando, à medida que os casos forem aumentando. Hoje temos um departamento que toma conta dessa vigilância", declarou Medeiros. "Estamos analisando a possibilidade de criar um comitê para continuarmos ainda mais com a sensibilidade da vigilância nesse sentido", disse em entrevista ao Globo.

Medeiros avisou que não há previsão para doses da vacina destinadas à população geral. No entanto, pontuou que a pasta está planejando a compra de imunizantes para trabalhadores de saúde e pessoas em constante contato com esse público. O quantitativo esperado é de 50 mil doses iniciais, previstas para chegar ainda esse ano, de acordo com o secretário.

O balanço mais recente sobre os casos de varíola dos macacos no Brasil divulgado hoje pelo Ministério da Saúde apontou que o país já soma 813 infecções confirmadas e 363 casos suspeitos. São Paulo é o estado com mais confirmados até o momento (595), seguido pelo Rio de Janeiro em segundo (109), e Minas Gerais em terceiro (42). Nos três estados, a transmissão do vírus já é considerada local, ou seja, não há conexão com pessoas que viajaram para algum outro país.

Esses números fazem do Brasil o sétimo país do mundo com mais casos diagnosticados. Até o momento, a Espanha lidera a lista com 3.125 casos confirmados, seguido pelos Estados Unidos em segundo com 2.890, e a Alemanha em terceiro com 2.268.

Doença

A varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo infectado.

Não há tratamento específico, mas, de forma geral, os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Sintomas

O paciente pode ter febre, dor no corpo e apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] até formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco].

*Com informações da Agência Brasil