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Covid-19: Saúde diz que vacinas bivalentes chegarão ao Brasil em dezembro

Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

25/11/2022 18h58

O Ministério da Saúde informou hoje que vacinas bivalentes contra a covid-19, aprovadas nesta semana pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), devem chegar ao Brasil no início de dezembro. Segundo a pasta, a entrega dos imunizantes produzidos pela Pfizer está em negociação há, pelo menos, dois meses.

"É importante ressaltar que o Ministério da Saúde possui acordo com a farmacêutica Pfizer, assinado ainda em novembro de 2021, que contempla a entrega de todas as vacinas disponíveis e aprovadas pela Anvisa", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Na segunda-feira (21), uma nova linhagem da ômicron foi detectada pela primeira vez no Brasil. Chamada de BN.1, a mutação foi descoberta inicialmente na Índia no fim de julho deste ano e chegou também nos Estados Unidos, Reino Unido, Áustria e Austrália.

O Instituto Butantan ressaltou que ainda não é possível saber se a variante irá se espalhar com facilidade ou se não terá um grande impacto na transmissão do coronavírus. A nova linhagem chega em meio a um aumento no número de mortes por covid-19.

Segundo reportagem do VivaBem, plataforma de saúde e bem-estar do UOL, as vacinas bivalentes são imunizantes adaptados para proteger contra as formas da variante ômicron. Essas doses usam a mesma tecnologia das primeiras gerações —de RNA mensageiro, que induz o organismo a sintetizar uma proteína e estimula o sistema imunológico a combater o novo coronavírus.

"Estudos mostraram que fazer vacina só com a ômicron dá menos proteção do que fazer combinada. Ou seja, manter a cepa original e incorporar a ômicron", explica o infectologista pediátrico Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Atualizar vacinas é algo natural. Basta pensar nas formas do imunizante para a gripe, geralmente modificado a cada nova campanha anual. Na covid-19, esse processo esperou até que uma cepa se mostrasse predominante, caso da ômicron. A África do Sul foi o primeiro país a reportá-la à OMS (Organização Mundial da Saúde), em 24 de novembro de 2021. Hoje, as suas subvariantes BA.1 e BA.5 são as de maior circulação. A primeira, inclusive, associada ao aumento de casos no Brasil.

"Para desenvolver novas vacinas, os produtores precisavam ter certeza de que a vacina não ficaria obsoleta, de que seriam ideais para o tempo necessário de desenvolvê-las. Com esse protagonismo de longo prazo da ômicron, um ano já circulando, foi imaginável que uma vacina com ela seria boa", explica Kfouri.

Eficácia do imunizante

Na última sexta-feira (18), a Pfizer informou que a produção de anticorpos com o imunizante é nove vezes maior em adultos com 55 anos ou mais. Os resultados foram publicados na plataforma científica bioRxiv. Em comparação, a primeira versão da vacina aumentava a produção em aproximadamente duas vezes.