Mortes por dengue disparam em 2022 e batem recorde histórico no Brasil
O Ministério da Saúde registrou 987 mortes por dengue este ano, o maior número desde que a doença voltou ao Brasil, em 1980, segundo a SBI (Sociedade Brasileira de Epidemiologia).
O que isso significa?
- O crescimento foi de 400% em relação a 2021 (246 mortes)
- Foram 1,4 milhão de casos --163% acima de 2021
- O antigo recorde de mortes foi em 2015, com 986 óbitos
"É o maior número de mortes da história por dengue", disse ao UOL o vice-presidente da SBI, Alexandre Naime. "Nunca houve registro de ano com maior número de óbitos do que em 2022."
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou em nota que lançou a campanha nacional de combate à dengue, zika e chikungunya "em outubro".
"A pasta oferece treinamentos e cursos às equipes locais para adequação das estratégias de combate ao mosquito de acordo com a realidade de cada região", afirma a pasta, que diz enviar "a todos os estados, regularmente, inseticidas e larvicidas para o combate ao mosquito".
Número de mortes desde 2008:
2008: 561
2009: 341
2010: 656
2011: 482
2012: 327
2013: 674
2014: 475
2015: 986
2016: 701
2017: 185
2018: 201
2019: 840
2020: 574
2021: 246
2022: 987
Os estados com mais casos neste ano são:
São Paulo: 278
Goiás: 154
Paraná: 108
Santa Catarina: 88
Rio Grande do Sul: 66
"A dengue teve aumento exponencial e, no Brasil, não tem mais fronteiras geográficas. Está presente em todos os estados e é uma doença democrática", alerta Antonio Bandeira, coordenador do Comitê de Arboviroses da SBI.
Naime afirma que, no Ministério da Saúde, "não tem ninguém checando isso".
Para especialistas, dengue foi mais letal em 2022 porque:
- Faltou campanha publicitária
- La Ninã aumentou as chuvas no Brasil
- O aquecimento global subiu as temperaturas, "favorecendo a eclosão de ovos"
"É a pior epidemia da história do Brasil e ninguém fala nisso", diz ele, que pede por uma campanha publicitária dizendo "dengue mata, já perdemos 987 vítimas e o período de chuva mal começou".
Isso vai piorar. É como na covid, quando houve divisão de responsabilidade: o governo federal brigou com estados e municípios, cada um faz o que dá na telha e, sem coordenação, a resposta não é efetiva.
Alexandre Naime, infectologista
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