EUA preveem mais de 500 mil casos de ebola no oeste da África
Especialistas globais emitiram novos e alarmantes alertas a respeito da escala do surto de ebola no oeste da África nesta terça-feira, e o governo dos Estados Unidos estimou que entre 550 mil e 1,4 milhão de pessoas podem ser infectadas na região até janeiro.
O Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) declarou que sua projeção se baseou em dados do final de agosto e não levou em conta uma missão norte-americana planejada para combater a doença, e por isso a cifra mais alta é improvável.
Entretanto, a projeção veio na esteira de uma pesquisa de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da instituição britânica Imperial College, que estimaram que 20 mil pessoas correm risco de infecção dentro de seis semanas -- meses mais cedo que as previsões anteriores. A projeção alertou que a doença pode se tornar uma característica permanente do oeste africano.
A pior epidemia de ebola registrada já matou mais de 2.800 pessoas -- mais que o total combinado de todos os surtos prévios. A doença se espalhou por boa parte da Guiné, Libéria e Serra Leoa, matando dezenas de assistentes de saúde e prejudicando economias que se recuperam de anos de conflitos.
As epidemias na Nigéria e no Senegal parecem ter sido contidas até o momento, mas nações da região temem o contágio e, contrariando o conselho dos especialistas, fecharam suas fronteiras e restringiram as viagens, complicando esforços internacionais para combater a doença.
"Tenho confiança de que as projeções mais sombrias não se concretizarão", afirmou o diretor do CDC, doutor Thomas Frieden, aos repórteres.
A pior das hipóteses pressupõe haver 2,5 vezes o número de casos registrados, atualmente 5.684.
"Um grande empenho agora pode acabar com a epidemia. Se você isolar eficazmente um número suficiente de pessoas, a epidemia pode ser detida", declarou Frieden.
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