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Em conferência sobre ebola, Reino Unido pede por mais ajuda internacional

Michael Holden

Em Londres

02/10/2014 09h48

O Reino Unido fez um apelo por ajuda internacional para que os países afetados enfrentem o pior surto de ebola registrado até hoje, no início de uma conferência em Londres, nesta quinta-feira (2), enquanto uma entidade beneficente alertava que cinco pessoas são infectadas pelo vírus a cada hora em Serra Leoa.

O ebola já matou pelo menos 3.338 pessoas na África Ocidental - principalmente em Serra Leoa, Guiné e Libéria -, de um total de 7.178 casos, segundo um balanço da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 28 de setembro. Casos foram registrados em outros lugares, inclusive no Estados Unidos.

O presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, cancelou sua participação na conferência poucas horas antes do início. O avião que o levaria teve problemas técnicos, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.

Falando nesta quinta-feira antes do início da conferência denominada "Derrotar o ebola", o ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, pediu aos países que elevem sua contribuição financeira, bem como outro tipo de ajuda vital, incluindo assistência médica, transporte e suprimentos.

"Precisamos da ajuda da comunidade internacional para o envio de médicos e enfermeiros, por isso estamos pedindo que outros países contribuam com a estrutura que estamos montando na região", disse ele.

Embora a OMS tenha dito que o número total de novos casos caiu pela segunda semana, a entidade alertou para os casos não registrados e disse haver poucos sinais de que a epidemia esteja sendo controlada.

"A transmissão continua persistente e generalizada na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com forte evidência de aumentar a incidência de casos em vários distritos", disse a OMS.

A entidade beneficente Save the Children alertou que as autoridades enfrentam a perspectiva de a epidemia "se espalhar como fogo" em toda a Serra Leoa, dizendo que houve 765 novos casos notificados no país na semana passada, mas havia apenas 327 leitos disponíveis.

"A escala da epidemia de ebola é devastadora e crescendo a cada dia, com cinco pessoas infectadas a cada hora em Serra Leoa, na semana passada," disse o principal executivo da entidade, Justin Forsyth, disse.