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Governo vai comprar qualquer vacina que for aprovada por Saúde e Anvisa, diz Bolsonaro

Da Reuters, em Brasília

09/11/2020 19h32

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que o governo federal vai comprar e oferecer para a população qualquer vacina contra a covid-19 que passar pelo aval do Ministério da Saúde e for certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas repetiu que essa imunização não será obrigatória para a população.

"Passando pela [Ministério da] Saúde e sendo certificado pela Anvisa, o governo federal vai comprar a vacina e vai disponibilizar, mas não vai ser obrigatória de jeito nenhum", disse ele, em transmissão pelas redes sociais, no Palácio da Alvorada.

A fala do presidente ocorre no dia em que duas gigantes farmacêuticas —a norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech— anunciaram que a vacina que desenvolvem possui pelo menos 90% de eficácia, segundo dados das empresas não revisados de forma independente.

O Brasil, entretanto, não tem acordo até o momento para adquirir a vacina Pfizer/BioNTech, uma vez que o governo federal apostou suas fichas no imunizante em desenvolvimento pelo laboratório AstraZeneca com a Universidade de Oxford.

Separadamente, o governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, firmou acordo com o laboratório chinês Sinovac. No entanto, como o acordo foi feito com o governador de São Paulo, João Doria —seu inimigo político— Bolsonaro desautorizou um acordo inicial entre o Ministério da Saúde e o Butantan para compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa antes da aprovação pela Anvisa.

Na noite de hoje, a Anvisa interrompeu os estudos clínicos com a CoronaVac alegando um "efeito adverso grave". Segundo a agência, é padrão que os testes sejam interrompidos quando algum evento incomum ocorre. Por meio de nota oficial, o Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com o laborat'ório chinês Sinovac, afirmou que foi "surpreendido com a decisão".

O governo brasileiro também participa do sistema Covax Facilities, da Organização Mundial de Saúde (OMS), para compra de outro imunizante que porventura seja aprovado internacionalmente.