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Bolsonaro reclama de 'ignorante' que cobra vacinação no Brasil no mesmo ritmo de Israel

24.fev.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante cerimônia de posse dos novos ministros da Secretaria-Geral e da Cidadania - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
24.fev.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante cerimônia de posse dos novos ministros da Secretaria-Geral e da Cidadania Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

08/03/2021 14h09

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou hoje de "ignorante" que cobra dele que o Brasil tenha o mesmo nível de vacinação de Israel.

"Está uma delegação nossa lá em Israel tratando de vários assuntos, o mais importante é covid, acordos, vacinas, aí o pessoal bota no comentário: 'faça igual a Israel, vacine o seu povo'", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada transmitida pelas redes sociais.

"O cara é tão ignorante que não sabe nem a população de Israel, 9 milhões. Mas a imprensa... qual o maior problema do Brasil? Ignorância de parte da população, deixar bem claro, senão vão falar que chamei todo mundo de ignorante", disse.

Em números absolutos, o Brasil aplicou mais vacinas que Israel, mas tem uma população muito maior —cerca de 210 milhões de pessoas contra 9 milhões de pessoas do país do Oriente Médio.

Segundo cálculos da Reuters, o Brasil administrou 10,8 milhões de doses de vacinas, mas, se assumir que cada pessoa precisa de duas doses, foram apenas 2,6% da sua população.

Israel, por sua vez, administrou pelo menos 8,7 milhões de doses de vacinas 19 até o momento, conforme contagem da Reuters. Segundo esses dados, assumindo que cada pessoa precisa de duas doses, isso é o suficiente para ter vacinado cerca de 48,3% da população do país.

Bolsonaro questionou várias vezes as vacinas, afirmando que não tomará o imunizante, e chegou a comemorar como uma vitória pessoal a breve interrupção dos testes com a vacina CoronaVac, conduzidos pelo Instituto Butantan, determinada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após a morte de um voluntário em um suicídio não relacionado à vacina.

(Reportagem de Ricardo Brito; Edição de Alexandre Caverni)