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Representantes da Sputnik V se reúnem com Anvisa, mas não pedem uso emergencial de vacina

Ministério da Saúde assinou contrato para compra da vacina Sputnik V - Getty Images
Ministério da Saúde assinou contrato para compra da vacina Sputnik V Imagem: Getty Images

Ricardo Brito

Da Reuters, em Brasília

17/03/2021 20h42

Representantes da vacina contra covid-19 Sputnik V, o Fundo Russo de Desenvolvimento e o laboratório União Química reuniram-se nesta quarta-feira com autoridades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir detalhes da documentação necessária para pedir o uso emergencial do imunizante, informou o órgão regulador.

No encontro, não foi apresentado o pedido de uso emergencial da vacina, segundo a assessoria da Anvisa. Houve apresentações de informações sobre qualidade, eficácia e segurança da vacina, sem entretanto o envio de um relatório oficial.

Governadores do Consórcio do Nordeste anunciaram a assinatura de compra de 37 milhões de doses da vacina russa e a expectativa era que fosse fechado ainda nesta quarta-feira um acordo para a disponibilização dessas doses para integrar o Plano Nacional de Imunização.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou na semana passada um acordo para comprar 10 milhões de doses do imunizante.

Contudo, a vacina não poderá ser aplicada no país até que haja o aval da Anvisa. Uma nova rodada de conversas com representantes da Sputnik V está prevista para a próxima segunda-feira, segundo a agência.

"A Anvisa orienta que a autorização de uso emergencial seja submetida quando os dados contemplem a população-alvo, as características do produto, os resultados dos estudos pré-clínicos e clínicos e a totalidade das evidências científicas disponíveis relevantes para o produto. Essas informações fazem parte dos resultados provisórios de um ou mais ensaios clínicos fase III e indicam que os benefícios da vacina superam seus riscos, de forma clara e convincente", destacou o órgão, em comunicado.

Em meio ao pior momento da pandemia do coronavírus no país, o governo federal tem sido pressionado por Estados e municípios a acelerar a vacinação, que ainda está em cerca de 6% da população acima de 18 anos vacinada como uma primeira dose.

Até o momento, o país tem usado apenas duas vacinas contra covid, a CoronaVac e a AstraZeneca-Oxford. A vacina da Pfizer já obteve registro definitivo pela Anvisa e foi comprada pelo governo, mas o primeiro lote de entregas ocorrerá apenas em abril.