Anunciado como especialista em logística ao tomar posse, o ministro da Saúde tem se irritado com cobranças por ações da pasta no combate à pandemia de covid-19.
Hoje, o UOL resume os principais momentos do mês do general.
A "ansiedade" de que falou o ministro era por conta do cronograma para a vacinação contra a covid-19.
Governadores já o haviam cobrado na primeira terça-feira (5) do ano, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o chamou para uma reunião no mesmo dia.
Em tom irritado, Pazuello falou em datas de forma evasiva na quinta-feira seguinte (7). Também negou que faltariam seringas após tentativa frustrada de compra pela pasta.
A vacina vai começar no dia D, na hora H, no Brasil
General Eduardo Pazuello
Na ocasião, ele estava em Manaus, que vive um colapso do sistema público de saúde sem precedentes.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Santirária) só avaliaria o uso emergencial das vacinas de Oxford e CoronaVac no domingo, mas, na segunda anterior, Pazuello explicou seus planos:
É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento a outros países, Isso deve demorar algum tempo.
Anurag Srivastava, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia em 14/01
Daqui a dois, três dias, no máximo, nosso avião vai trazer as vacinas da Índia.
Jair Bolsonaro, no mesmo dia
Divulgação
A negativa deu o desfecho mais amargo possível para Pazuello: o avião acabou não indo ao exterior, mas ajudou levando itens para Manaus.
Foram dias de vai, não vai. A aeronave da Azul decolou, chegou ao Recife e em solo permaneceu. Um dia depois, voltou a Campinas (SP). Só na sexta (22) um voo da Emirates trouxe as doses.
No epicentro da pandemia, o ministro pressionou a prefeitura de Manaus a fazer "tratamento precoce", o novo léxico do governo federal para o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.
Um dia depois de sua partida, teve início a crise de falta de oxigênio, que matou dezenas de pessoas sufocadas.
De volta à cidade que sufocava no dia 18, Pazuello tentou afastar a responsabilidade do governo federal pela crise, mesmo tendo sido informado 10 dias antes de que não haveria oxigênio suficiente. A culpa, disse, era da imprensa.
Como Bolsonaro, Pazuello colocou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na mira. Classificou como "marketing" o início da vacinação no estado antes do restante do país e ameaçou acionar a Justiça.
João Doria (PSDB), governador de São Paulo, respondeu no dia 17 à acusação de que vacinas aplicadas no estado foram compradas com dinheiro do SUS.