Doria rebate Pazuello e diz que 'governo federal faz golpe de morte'
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que acusou o governador de "desprezar a lealdade federativa" e promover uma "jogada de marketing".
Minutos após a aprovação pela Anvisa do uso emergencial da vacina CoronaVac, contra covid-19, Doria participou de um evento para vacinar a enfermeira Mônica Calazans, tornando-a a primeira pessoa no Brasil a receber um imunizante.
Pazuello está protestando, quando devia estar agradecendo. É inacreditável o que estamos vivendo no Brasil. Lamento, ministro, que o senhor, que devia estar grato à Anvisa e a São Paulo, use o tempo para protestar contra isso. É inacreditável uma situação como essa. Aqui, lutamos pela vida. E Brasília, luta pelo que?
João Doria, governador de São Paulo
O governador disse estar "atônito" com as declarações do ministro. "Ele diz que as vacinas foram compradas com dinheiro do SUS, e não com dinheiro do governo de São Paulo. É inacreditável como o ministro da Saúde, sem ser médico, um desastre completo, ainda mente. A vacina do Butantan só está em São Paulo e no Brasil porque foi investimento do governo do estado de São Paulo. Não há nenhum centavo, nem para estudo, pesquisa, nada, do governo federal. Seja honesto, chega de mentiras", falou o governador.
Em outro momento da entrevista, Doria rebateu a acusação de que estaria dando um "golpe de marketing". "O governo federal faz golpes de mortes há onze meses contra brasileiros, com negacionismo, cloroquina, falta de agulha e orientação, frases lamentáveis. São Paulo continuará a fazer o que lhe cabe, destinando vacinas que caberão ao Ministério da Saúde. A vacina do Butantan é a do Brasil, é a única que temos no país porque São Paulo fez. Não foi o Ministério da Saúde, não foi o ministro Pazuello, não foi Bolsonaro. Foram cientistas do Butantan. O golpe de morte é o que dá Jair Bolsonaro, e a incompetência do seu governo", disse.
'Tenham humildade'
O governador mandou um recado para Pazuello e Bolsonaro: "Sei que é difícil ao senhor [Pazuello] e a Jair Bolsonaro ter esse sentimento, mas tenham um pingo de humildade para reconhecer o esforço que São Paulo fez para oferecer a vacina para os brasileiros".
Em pronunciamento, Doria atacou o governo Bolsonaro. "'E daí?', disse um brasileiro. 'Pressa para quê?', disse outro brasileiro. 'Toma cloroquina que passa', afirmou um líder do país. 'Já fizemos tudo', repetiu esse mesmo personagem. A vacina é uma lição para vocês, autoritários, que desprezam a vida, que não têm compaixão."
Em tom triunfalista, o governador celebrou o estado de São Paulo, citando uma mensagem recebida de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, e a Revolução Constitucionalista de 1932.
"Diz o Mandetta: 'O momento é de esperança. São Paulo, após a derrota das armas em 1932, optou pela vitória através da ciência, criou a USP em 1934. Criou também o Instituto Butantan. Hoje, bebemos da fonte dos revolucionários paulistas de 1932. Parabéns, São Paulo. O tempo é senhor da razão, os dias de trevas estão contados. Vamos em frente, somos do bem e o bem sempre vence'", leu Doria.
Doria celebra aprovação e chora
Doria também chorou junto com a enfermeira Mônica Calazans. Aos 54 anos, Calazans atua na linha de frente contra a covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. É moradora de Itaquera, na zona leste da cidade.
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